quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Instinto Selvagem 2 & 2010 - O Ano em que Faremos Contato


Muitos podem perguntar, porque escrever sobre dois filmes tão diferentes entre si na mesma postagem? A resposta está nas semelhanças que levaram os dois longas ao fracasso. São sequências desnecessárias de clássicos do cinema que foram produzidas com mais de uma década após o longa original. 

Como opinião pessoal, o fracasso de "Instinto Selvagem 2" foi totalmente merecido, escrevo um pouco mais na postagem, enquanto "2010 - O Ano em que Faremos Contato" é um bom filme que sofreu com a inevitável comparação com o clássico de Kubrick. 

Instinto Selvagem 2 (Basic Instinct 2, EUA / Inglaterra / Alemanha / Espanha, 2006) – Nota 5
Direção – Michael Caton Jones
Elenco – Sharon Stone, David Morrissey, Charlotte Rampling, David Thewlis, Hugh Dancy, Stan Collymore.

A escritora Catherine Tramell (Sharon Stone) trocou San Francisco por Londres, mas não seu gosto pelos amantes. Logo na sequência inicial, ela se envolve na morte de um jogador de futebol (o ex-atacante inglês Stan Collymore), que se afogou ao cair com o carro no rio Tâmisa. Por seu passado conturbado, Catherine se torna suspeita do crime e o detetive Roy Washburn (David Thewlis) solicita ao psiquiatra Michael Glass (David Morrissey, o governador da série “The Walking Dead”) para analisar o perfil da escritora. Aos poucos o Dr. Glass se sente atraído por Catherine e mesmo com os conselhos de sua mentora (Charlotte Rampling) para tomar cuidado, ele acaba se envolvendo com a paciente. 

Tirando a produção bem cuidada e o clima da narrativa, o restante do longa é um grande equívoco, mesmo com o esforço do bom diretor inglês Michael Caton Jones, responsável por ótimos filmes como “Memphis Belle – A Fortaleza Voadora” e “Tiros em Ruanda”. Começando por ser uma sequência tardia, com catorze anos separando este longa da obra original, o que por si só deixa a perder praticamente todo o impacto da história. Em 2006, a carreira de Sharon Stone já não era um sucesso, mesmo com papéis interessantes em “Flores Partidas” e “Alpha Dog”, a loira estava longe do auge dos anos noventa, sem contar ainda sua atuação exagerada aqui. Seu parceiro em tela, o canastrão David Morrissey também não ajuda. A trama é puro clichê, com uma história requentada e o inevitável final surpresa. Para finalizar, nem mesmo as cenas consideradas quentes empolgam.  

2010 – O Ano em que Faremos Contato (2010, EUA, 1984) – Nota 7
Direção – Peter Hyams
Elenco – Roy Scheider, John Lithgow, Helen Mirren, Bob Balaban, Keir Dullea, Madolyn Smith, Dana Elcar, Elya Baskin.

Massacrado pela crítica e pelos fãs de “2001”, esta sequência do clássico de Stanley Kubrick é desnecessária numa análise rápida, porém sem comparação com o original, o longa se torna eficiente como uma ficção pura. 

A trama se passa dez anos após os acontecimentos com a nave Discovery One. No longa, no ano de 2010 a Guerra Fria continua forte, Estados Unidos e União Soviética estão na iminência de uma guerra. Os soviéticos tem uma missão preparada chegar em Jupiter, porém precisam dos americanos para ajudarem a decifrar o ocorrido com a Discovery One, objetivo também dos americanos. Uma missão mista é enviada para o espaço para encontrar respostas. 

O roteiro é baseado também em um livro de Arthur C. Clarke e apresenta respostas interessantes que se casam com o longa original, inclusive com a participação de Keir Dullea, astro do filme de Kubrick. 

Não sou dos grandes fãs de “2001”, considero a extrema lentidão da narrativa chata e pretensiosa, mas não posso negar a belíssima parte técnica, que por sinal é superior a esta sequência, mesmo com a diferença de dezesseis anos. Aqui vemos computadores enormes e um visual que envelheceu pior do que o filme de Kubrick, que por seu lado apresentava um estilo clean. 

Mesmo sendo desnecessário, o filme é digno e vale como sessão para gosta do gênero ou tem curiosidade pela trama.

4 comentários:

Fábio Henrique Carmo disse...

Não vi nenhum dos dois por julgá-los totalmente desnecessários. Sou dos fãs de "2001" e sempre me recusei a ver "2010". Já "Instinto Selvagem 2" me parece ser uma bomba daquelas, uma tentativa frustrada de resgatar a carreira de Sharon Stone. Abraço!

Marcelo Keiser disse...

O Fábio deu forma ao meu comentário. A única diferença foi que eu assisti "Instinto Selvagem 2" mesmo sabendo das pretensões da produção, que por sinal perde feio para o primeiro episódio.

abraço

marcelokeiser.blogspot.com.br

Maxwell Soares disse...

A respeito do filme, Instinto Selvagem 2, não vi, ainda. E acredite, amigo, não tem a mínima pretensão. Concordo com Fábio. É um bomba. Não gosto de criticar nada ante de ver. Mas, que é perfeito. Um abraço...

Hugo disse...

Todos - Infelizmente "Instinto Selvagem 2" é um total desperdício, já "2010" sofre pela comparação com o original.

Abraço