terça-feira, 23 de outubro de 2012

Juventude Selvagem & Juventude em Fúria


A questão de jovens envolvidos com gangues e violência é fato comum nos dias atuais, porém nesta postagem comento dois filmes que tem este tema como foco principal e mostram que o problema é bem mais velho do que se imagina. Um deles foi produzido no início dos anos sessenta e o segundo no início dos anos oitenta.

Juventude Selvagem (The Young Savages, EUA, 1961) – Nota 7,5
Direção – John Frankenheimer
Elenco – Burt Lancaster, Dina Merrill, Edward Andrews, Shelley Winters, Telly Savalas.

Um jovem porto-riquenho cego é assassinado a facadas por três adolescentes de descendência italiana, que são presos e levados a julgamento, onde a princípio o promotor Hank Bell (Burt Lancaster) pensa em pedir a pena de morte. Como um dos jovens assassinos é filho de uma ex-namorada de Hank (Shelley Winters), ele resolve se aprofundar no caso para descobrir as motivações do crime e decidir qual pena pedir para os jovens. 

Este ótimo drama praticamente esquecido que foi dirigido pelo falecido John Frankenheimer (“Grand Prix”, “Ronin”), é um retrato da violenta relação entre jovens de diferentes descendências na Nova York dos anos sessenta. O roteiro mostra algo parecido ao que ocorre no dias de hoje, colocando como protagonistas jovens sem perspectivas na vida, que entram para gangues com o objetivo de conquistar respeito e se sentirem partes de algo, como uma família distorcida. 

É um longa que vale ser conhecido, ainda pela curiosidade de ter um tema que lembra o grande clássico musical “Amor, Sublime Amor”, produzido no mesmo ano.

Juventude em Fúria (Bad Boys, EUA, 1983) – Nota 7
Direção – Rick Rosenthal
Elenco – Sean Penn, Reni Santonti, Esai Morales, Jim Moody, Eric Gurry, Aly Sheedy, Clancy Brown, Robert Lee Rush, Alan Ruck.

O jovem Mick O’Brien (Sean Penn) mora com a mãe que faz programas e namora a jovem J. C. (Ally Sheedy), porém extravasa toda sua revolta em pequenos roubos. Num destes roubos, seu amigo Carl (Alan Ruck) acaba morto e Mick atropela e mata o irmãos mais novo de Paco Moreno (Easi Morales), jovem envolvido no tráfico de drogas e que era o alvo do roubo armado por Mick e seu amigo. Mick acaba preso e levado a um reformatório, onde a violência impera igual a um presídio comum. Para piorar, Paco faz de tudo para ser preso e encontrar Mick com o objetivo de vingar a morte do irmão. 

Apesar do filme ter quase trinta anos, a história é extremante atual ao mostrar um juventude violenta, envolvida em roubos e tráfico e que vê o próximo como inimigo. É interessante ver Sean Penn e Esai Morales muito jovens e interpretando personagens com a fúria que era necessária aos papéis. 

O reformatório do filme é mostrado com um depósito de jovens, praticamente um vestibular para o crime. 

4 comentários:

Bruno disse...

É incrível que temas aparentemente atuais já eram abordados e vistos em filmes mais "antigos".Dos dois filmes só vi o segundo título,gosto da atuação de Sean Penn.
O post ficou muito bom.
Abraço!

Bruno
http://oexploradorcultural.blogspot.com

Rodrigo Mendes disse...

Ótima dupla seleção Hugo! Dois filmes que gosto bastante, mais ainda da fita com Sean Penn e que aliás, é o melhor filme do Rosenthal depois de Halloween II. Gosto daqueles filmes de gangue de rua também, o melhor de todos ainda fica sendo "The Warriors" do Walter Hill.

Abs.

Jefferson C. Vendrame disse...

Não conheço nenhum dos filmes, no entanto o primeiro título me instigou, tanto pela trama quanto por Lancaster, que é um ótimo ator.

Abração

Hugo disse...

Bruno - Sean Penn em início de carreira já mostrava talento.

Rodrigo - Warriors é um clássico absoluto, um dos meus filmes favoritos.
Por sinal foi um dos primeiros filmes que comentei aqui no blog.

Jefferson - É um filme interessante que descobri faz pouco tempo.

Abraço