O comediante, ator, diretor e roteirista Albert Brooks é mais conhecido por dublar vozes de personagens coadjuvantes em "Os Simpsons", porém em seus trabalhos como diretor já foi comparado a Woody Allen, principalmente pelo diálogos recheados de humor crítico e personagens atormentados e engraçados. Diferente de Allen que adora Nova York, Brooks utiliza Los Angeles como cenário em seus trabalhos. Aqui comento três simpáticos filmes dirigidos, roteirizados e protagonistas pelo sujeito.
Relax (Lost
in America, EUA, 1985) – Nota 7,5
Direção – Albert Brooks
Elenco –
Albert Brooks, Julie Hagerty, Garry Marshall, Donald Gibb, Art Frankel.
O publicitário David (Albert Brooks) espera há anos ser
promovido a vice-presidente da agência onde trabalha em Los Angeles. Quando a
oportunidade parece chegar, ele é preterido. Desgostoso com a situação, David
pede demissão, vende suas ações da empresa e compra um trailer para viajar
pelos EUA sem destino, levando a esposa Linda (Julie Hagerty) na aventura. O
que a princípio parece ser uma vida de liberdade, se transforma em problema
quando o casal faz uma parada em Las Vegas e resolve jogar em um cassino.
A
premissa é interessante ao satirizar o sonho de muitas pessoas em largar tudo
para viver viajando, brincar com o clássico “Sem Destino” e até mexer na
relação entre marido e mulher, interpretados pelo falador Brooks e pela tímida
Julie Hagerty. É um humor sutil baseado em diálogos irônicos que lembra Woody
Allen, porém inferior no resultado.
Um Visto Para o Céu (Defending Your Life, EUA, 1991) – Nota
7,5
Direção –
Albert Brooks
Elenco –
Albert Brooks, Meryl Streep, Rip Torn, Lee Grant, Buck Henry, Shirley MacLaine.
No dia de seu aniversário, Daniel Miller (Albert Brooks)
imagina ainda ter muitos anos de vida pela frente, porém um acidente de
automóvel é fatal. Daniel acorda pensando estar no céu, mas na verdade está
na”Cidade do Julgamento”, uma espécie de purgatório onde o recém falecido
deverá provar que fez seu melhor durante a vida para poder entrar no céu, caso
contrário ele terá de voltar para Terra começar tudo novamente. A questão é que Daniel
encontra no local a bela Julia (Meryl Streep) e se apaixona, não desejando assim
voltar a Terra e deixá-la.
O roteiro do próprio Albert Brooks brinca com os
medos do ser humano, ao criar um julgamento para analisar se ele realmente teve
uma vida completa ou se viveu com medo deixando de fazer o que desejava. Os
ótimos diálogos e o questionamento sobre a vida são os pontos altos do filme.
A Musa (The
Muse, EUA, 1999) – Nota 7
Direção –
Albert Brooks
Elenco –
Albert Brooks, Sharon Stone, Andie MacDowell, Jeff Bridges, Mark Feuerstein,
Bradley Whitford, Steven Wright, Rob Reiner, James Cameron, Martin Scorsese.
O roteirista Steven Philips (Albert Brooks) ganha um prêmio
humanitário, porém no dia seguinte perde o emprego m Hollywood, sendo acusado
de ter perdido a inspiração. Com a confiança totalmente abalada, Steven procura
uma amigo (Jeff Bridges) que é um escritor de sucesso, para descobrir como ele
mantém a inspiração. O escritor acaba confidenciando a Steven, que sua
inspiração vem de uma musa (Sharon Stone). Logo, Steven procura a mulher para
ser sua musa também. Ela aceita, mas em troca exige presentes, jantares em
restaurantes caros e hospedagem num hotal de luxo, o que a princípio irrita a
esposa (Andie MacDowell) de Steven.
Desta vez o roteiro de Brooks é uma sátira
a Holywood, diferente da forma cínica do ótimo “O Jogador” de Robert Altman,
aqui ele faz piadas sutis sobre os exageros do mundo do cinema, com destaque
para a crítica em cima dos gurus, aqui representados pela bela Sharon Stone.
Algumas situações são bem engraçadas para os cinéfilos, principalmente as cenas
em que diretores famosos como Scorsese, Rob Reiner e James Cameron pedem a opinião da musa. A cena de Cameron é a mais engraçada, quando ele pergunta se
deve fazer uma sequência para “Titanic”. Longe de ser um grande filme, vale a
sessão para quem gosta do estilo.
3 comentários:
Ainda não vi nenhum dos três, acho que não conheço nada da filmografia dele como diretor, apenas como ator...
J. Bruno - Como ator ele tem uma participação interessante em "Nos Bastidores da Notícia".
Abraço
J. Bruno - Como ator ele tem uma participação interessante em "Nos Bastidores da Notícia".
Abraço
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