terça-feira, 17 de julho de 2012

Margin Call - O Dia Antes do Fim

Margin Call – O Dia Antes do Fim (Margin Call, EUA, 2011) – Nota 8
Direção – J. C. Chandor
Elenco – Kevin Spacey, Paul Bettany, Jeremy Irons, Zachary Quinto, Penn Badgley, Demi Moore, Simon Baker, Stanley Tucci, Mary McDonnell, Aasif Mandvi.

O jovem diretor e roteirista J. C. Chandor estreia no comando de um longa com este drama com pitadas de thriller, que cria uma trama fictícia sobre o início de um acontecimento real, a crise financeira que explodiu nos EUA em 2008 e se espalhou pela Europa com consequências até hoje. 

A trama se passa durante um dia e uma noite em um banco de investimentos no coração de Manhattan, que mesmo não sendo identificado, fica claro para quem acompanhou a situação real que ele é baseado no Lehmann Brothers, um dos causadores da crise financeira. 

Num certo dia, o escritório luxuoso é invadido por um pelotão de executivos que tem o obejtivo de demitir 80% dos funcionários, entre eles Eric Dale (Stanley Tucci) o veterano chefe da área de risco, que impiedosamente é dispensado e praticamente expulso do edifício em seguida, sem antes entregar para Peter Sullivan (Zachary Quinto), seu funcionário de confiança, um pen drive com informações sigilosas. 

Peter resolve continuar o trabalho do ex-chefe e descobre que o banco está trabalhando com a margem de risco acima do limite há pelo menos duas semanas, o que poderia causar a falência a qualquer momento. Peter mostra a situação para um colega (Penn Badgley) e para seu supervisor (Paul Bettany), que verificando o tamanho do problema, passa a informação ao chefe acima dele (Kevin Spacey), que aciona o diretor (Simon Baker) e uma diretora (Demi Moore), até chegar ao CEO do banco, John Tuld (Jeremy Irons), que tentará solucionar a questão com uma medida extrema, gananciosa e totalmente irresponsável. 

Mesmo não explicando a fundo o funcionamento do mercado financeiro (para quem tem interesse, procure assistir os documentários “Trabalho Interno” e “Capitalismo – Uma História de Amor”), o roteiro de Chandor acerta ao mostrar o pior do capitalismo, desde a demissão de pessoas sem o menor sentimento por parte da empresa, passando por tipos comuns nos vários escalões das corporações, como o diretor narcisista de Simon Baker e o CEO manipulador de Jeremy Irons, finalizando com aqueles que mesmo sabendo que estão agindo de forma errada, aceitam porque precisam do dinheiro, caso dos personagens de Kevin Spacey e Stanley Tucci. 

O longa mostra uma situação extrema com personagens do alto escalão, porém a ganância pelo dinheiro rápido, a disputa de egos entre colegas de trabalho e o tratamento frio dado pelas empresas aos funcionários são algo comum nos dias atuais, onde o lado humano não existe, vale apenas o lucro. Esta situação fica bem clara no filme, onde o único sentimento demonstrado é de um dos personagens por um cachorro, culminando com uma cena final que pode ser analisada como uma metáfora da economia americana que estava indo para o buraco.

2 comentários:

Wendell Marcel disse...

tenho que ver esse, ouvi falar que possui um roteiro muito bom!

Hugo disse...

Wendell - O roteiro é ótimo, mostra bem o porque da crise financeira americana.

Abraço