quinta-feira, 31 de março de 2011

A Hora do Pesadelo (2010)


A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, EUA, 2010) – Nota 6,5
Direção – Samuel Bayer
Elenco – Jackie Earle Haley, Kyle Gallner, Rooney Mara, Thomas Dekker, Katie Cassidy, Kellan Lutz, Clancy Brown, Connie Britton.

Na cidade de Springwood, alguns jovens sonham diariamente com um sujeito deformado por queimaduras, que usa um chapéu e garras de metal no lugar as mãos. Quando um destes jovens (Kellan Lutz) morre durante um cochilo, os demais ficam desesperados e fazem tudo para não dormir, pois poderão serem os próximos a morrer. Para tentar entender o porquê dos sonhos, dois destes jovens, Quentin (Kyle Gallner) e Nancy (Rooney Mara) investigam e descobrem que no passado um pedófilo chamado Freddy Krueger (Jackie Earle Haley) fora atacada pelos país dos garotos e queimado vivo. 

Esta refilmagem segue a risca o longa original, incluindo copiar algumas cenas como a morte de um dos personagens na cama, o corpo da garota sendo arrasatado no hospital e a garra de Freddy aparecendo na banheira enquanto uma jovem toma banho, além da inevitável música “1, 2, Freddy vai te pegar...”, mas no geral se mostra desnecessária e sem o charme do clássico de Wes Craven. 

O único novo elemento do longa é a presença do sinistro Jackie Earle Haley como Freddy. Por sinal, a maior curiosidade é a própria carreira de Jackie Earle Haley, que ainda garoto nos anos setenta trabalhou em filmes como “O Dia do Gafanhoto” e “Garotos em Ponto de Bala”, porém na fase adulta ficou relegado a pequenas participações em seriados durante vinte e cinco anos e o destino acabou ajudando a sua carreira renascer quando interpretou o papel também de um pedófilo no drama “Pecados Íntimos” de Todd Field em 2006, onde chegou a concorrer ao Oscar de Ator Coadjuvante.

quarta-feira, 30 de março de 2011

O Pagamento Final


O Pagamento Final (Carlito’s Way, EUA, 1993) – Nota 8
Direção – Brian DePalma
Elenco – Al Pacino, Sean Penn, Penelope Ann Miller, John Leguizamo, Ingrid Rogers, Luis Guzman, James Rebhorn, Joseph Siravo, Viggo Mortensen, Richard Foronjy, Adrian Pasdar.

Após cumprir alguns anos de prisão, Carlito Brigante (Al Pacino) consegue ser liberado por uma ação do seu advogado David Kleinfeld (Sean Penn) e promete para o juiz e para si mesmo que deixará a vida de crimes. Decidido, Carlito vai ao encontro da ex-namorada, a bela Gail (Penelope Ann Miller), mas a dificuldade de um ex-detento voltar a vida normal e a convivência com os antigos amigos são tentações que ele precisa enfrentar para seguir na linha. Os problemas aumentam porque seu próprio advogado, que é viciado em cocaína, deseja que Carlito cumpra um último trabalho que irá render um bom dinheiro e que com isso o próprio Carlito possa viver com a namorada em Bahamas, onde sonha morar. Lógico que no mundo do crime nem sempre os planos acabam bem. 

O diretor Brian DePalma vinha de três fracassos seguidos, sendo o drama “Pecados da Guerra” uma injustiça, mas o esperado “A Fogueira das Vaidades” e o suspense “A Síndrome de Caim” merecidos. Aqui ele fez sua carreira ressurgir com um ótimo drama, tanto pelo roteiro quanto pelo elenco afiado. Além de Pacino perfeito como o bandido arrependido, Sean Penn está fantástico como o advogado drogado, inclusive com visual bem diferente, com o cabelo cacheado ao estilo dos anos anos setenta, época em que se passa a história e finalizando temos ainda John Leguizamo marcante como o “Benny Blanco from Brooklin”, um personagem irritante, que tem uma participação vital na história. 

Ótimo filme que gerou um prequel em 2005 chamado “O Pagamento Final – Rumo ao Poder”, que conta a história de Carlito antes da prisão, com diretor e elenco diferentes. 

terça-feira, 29 de março de 2011

Jogo de Poder


Jogo de Poder (Fair Game, EUA, 2010) – Nota 7,5
Direção – Doug Liman
Elenco – Naomi Watts, Sean Penn, Sam Shepard, Noah Emmerich, David Andrews, Bruce McGill, Michael Kelly, Nicholas Sadler, Jessica Hecht, Ty Burrell, Thomas McCarthy.

Após os atentados de 11 de setembro, o governo americando deu início a chamada “Guerra ao Terror” e logo invadiu o Afeganistão, porém o presidente Bush e seus aliados tinham em mente invadir o Iraque, derrubar Sadam Hussein e tomar posse das reservas de petróleo do país. Como não havia fato algum que ligasse Sadam aos atentados das Torres Gêmeas, o governo Bush pressionou suas agências de inteligência para provarem existir armas de destruição em massa e um plano do governo iraquiano para construir uma bomba atômica. 

Neste cenário, a agente da CIA Valerie Plame (Naomi Watts) é encarregada junto com outros agentes de analisar provas da venda de um carregamento de urânio em Niger na África. Para isso, os superiores pedem ajuda ao marido de Valerie, o ex-embaixador Joe Wilson (Sean Penn), que viaja para Niger, usa seus contatos e descobre que a venda nunca existiu. Mesmo com vários provas, o governo americano utiliza a mídia e declara guerra ao Iraque alegando que as armas existem, o que faz Joe escrever um texto desmascarando o governo e enviar para um jornal, fato que dará início a um perseguição contra ele e sua esposa. 

Este interessante drama é baseado num fato real e segue a linha dos longas que mostram todas as maquinações que o governo Bush utilizou para colocar a mídia a seu lado na invasão ao Iraque. 

O diretor Doug Liman comanda bem o filme, sem apelar para os clichês de perseguição e tiros, mantendo o pé na realidade e mostrando os personagens bem próximos do real. 

Ao final do longa vemos a verdadeira Valerie Plame numa cena que fecha com maior veracidade ainda este bom filme.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Teatro - Doze Homens e uma Sentença


Doze Homens e uma Sentença
Direção - Eduardo Tolentino de Araújo
Autor - Reginald Rose
Elenco - Norival Rizzo, Brian Penido, Ricardo Dantas, Zécarlos Machado, Oswaldo Mendes, Augusto César, Fernando Medeiros, Haroldo Ferrary, José Renato, Riba Carlovich, Eduardo Semerjian, Ivo Muller.

Mudando um pouco o foco do blog, hoje escrevo sobre esta ótima peça de teatro baseada no texto de Reginald Rose, que foi adaptada para o cinema por Sidney Lumet ("Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto") em 1957, num filme que se tornou clássico e teve ainda um boa versão para TV em 1997 dirigida por William Friedkin ("Operação França" e "O Exorcista").

Quem quiser ler o que escrevi sobre estes dois longas numa postagem anterior, clique no link abaixo:

Doze Homens e uma Sentença - 1957 e 1997

Esta adaptação para o teatro segue o roteiro do filme original, onde o juri era formado apenas por homens brancos, já que na época mulheres e negros não podiam participar como jurados nos EUA. A versão dos anos noventa é um pouco diferente, apesar de manter apenas homens, existe uma mistura de brancos e negros, além de um latino e de colocar ainda uma mulher como a juíza, personagem que não existe no filme original.

A história mostra doze jurados que precisam dar o veredito de inocente ou culpado de assassinato para um garoto de dezesseis anos acusado de ter esfaqueado o próprio pai. A decisão parece fácil e onze dos jurados votam rapidamente na culpa do garoto, porém apenas um, o jurado nº 8 vota pela inocência, dando início a um debate onde cada personagem mostrará sua verdadeira face. Temos os radicais cheios de preconceitos que querem fazer justiça, o homem mais velho que tenta utilizar a sabedoria, o político que deseja agradar a todos, o engraçadinho que vê no julgamento uma piada e o grupo daqueles que seguem a maioria. No geral é um microcosmo das atitudes do ser humano que precisa participar de um grupo.

Para quem conhece a história e viu o filme original não terá surpresas na peça quanto ao roteiro, que é brilhante por sinal, mas com certeza ficará satisfeito com o desempenho do elenco, onde posso destacar o ator principal Norival Rizzo, que interpretou o policial veterano na série "9mm: São Paulo" e aqui lembra até mesmo no jeito do andar a interpretação do grande Jack Lemmon na versão de 1997. No original, o papel foi de Henry Fonda, que faz um personagem um pouco mais durão que os dois atores posteriores.

Para quem está em São Paulo e ficou curioso, a peça está em cartaz no Teatro Imprensa na Rua Jaceguai de Quinta a Domingo.

domingo, 27 de março de 2011

Os Saqueadores


Os Saqueadores (Trespass, EUA, 1992) – Nota 7
Direção – Walter Hill
Elenco – Bill Paxton, Ice T, William Sadler, Ice Cube, Art Evans, De’voreaux White, Bruce A. Young, Glenn Plummer, Stoney Jackson, Tommy Tiny Lister.

Dois bombeiros (Bill Paxton e William Sadler) durante um incêndio recebem uma espécie de mapa de um sujeito que em seguida se mata no meio das chamas. O mapa mostra um enorme fábrica abandonada onde estaria escondida uma fortuna em ouro. Como junto com o mapa o suicida entregou uma chave de ouro maciço, a dupla resolve ir até o local procurar a fortuna o problema é que no mesmo dia um grupo de traficantes (liderados por Ice T e Ice Cube) vão ao local acertar contas com outro bandido. Os bombeiros acabam testemunhando este acerto de contas, dando início a um jogo de gato e rato dentro da enorme fábrica. Para complementar, no local ainda mora um sujeito (Art Evans) que utiliza as instalações abandonadas como se fosse a sua casa. 

Hoje praticamente esquecido, este longa é um dos bons trabalhos do sempre competente Walter Hill, que desde os anos setenta se notabilizou por dirigir filmes policiais e alguns westerns, como “Warriors – Os Selvagens da Noite”, “48 Horas I e II” e “Inferno Vermelho”, entre diversos outros. Os protagonistas dos filmes de Walter Hill são sempre homens duros e que nem sempre estão do lado certo da lei. 

O filme é competente nas boas cenas de ação e perseguição, utilizando com criatividade as enormes instalações da fábrica e o roteiro ainda entrega um final extremamente cínico.

sábado, 26 de março de 2011

Beowulf - O Guerreiro das Sombras


Beowulf – O Guerreiro das Sombras (Beowulf, EUA, 1999) – Nota 4
Direção – Graham Baker
Elenco – Christopher Lambert, Rhona Mitra, Oliver Cotton, Gotz Otto, Vincent Hammond.

Oito anos antes de Robert Zemeckis filmar a lenda do guerreiro Beowulf numa grande produção misturando atores e animação, o ator Christopher Lambert estrelou esta paupérrima versão dirigida por Graham Baker, que tem como destaque em seu currículo apenas filmes B, como os longas de ficção "Vítimas do Desconhecido" e "Missão Alien".

A história se passa numa era antiga, quanto Grendel (Vincent Hammond) é uma espécie de monstro que ataca os habitantes de uma vila. Quando o guerreiro nômade Beowulf (Christopher Lambert) chega à vila, é recebido com receio pelo povo, mas aos poucos ganha a confiança quando resolve enfrentar a criatura. 

Muitos podem não acreditar, mas nos anos oitenta o ator Christopher Lambert chegou a ser um dos grandes astros do cinema após sucessos como “Greystoke – A Lenda de Tarzan”, “Subway” e “Highlander – O Guerreiro Imortal”, porém sua carreira entrou em declínio nos anos noventa quando passou a estrelar filmes policiais, suspenses e longas de ficção menores e com este “Beowulf” podendo ser considerado seu pior trabalho. Nos últimos anos sua carreira está voltada para papéis de coadjuvante em produções francesas.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Amor Sem Escalas


Amor sem Escalas (Up in the Air, EUA, 2009) – Nota 7,5
Direção – Jason Reitman
Elenco – George Clooney, Vera Farmiga, Anna Kendrick, Jason Bateman, Amy Morton, Melanie Lynskey, J. K. Simmons, Zach Galifianakis.

O título deste longa podem enganar os desavisados acreditando ser uma comédia romântica, porém a interessante história mistura comédia, drama e crítica social com qualidade. O protagonista é Ryan Bingham (George Clooney) que trabalha como consultor especializado em demissões numa empresa que presta este tipo de serviço. Com muito trabalho em virtude da crise econômica nos EUA, Bingham viaja o país todo demitindo pessoas e ainda arranja tempo para fazer palestras onde defende a idéia de que a melhor vida é a de solteiro, sem laços com ninguém. 

Numa destas viagens ele conhece Alex (Vera Farmiga de “Os Infiltrados”), com quem inicia um relacionamento casual, pois ela também trabalha viajando pelo país. O gosto pela vida de viagens faz com que Bingham entre em conflito com sua empresa, já que uma nova funcionária, Natalie Keener (Anna Kendrick) criou um modo de demitir as pessoas por teleconferência. Os dois são obrigados a viajar juntos para que Bingham ensine a jovem o trabalho, sendo isso o início de descobertas pessoais da dupla e reavaliação de valores. 

O diretor Jason Reitman (“Juno”) filma bem o roteiro que toca em alguns pontos interessantes, como a questão da família e do casamento, onde no desenvolver da trama temos exemplo do lado bom e ruim tanto da vida de casado, como da liberdade dos solteiros, mostrando que a escolha depende de cada um. Outra questão forte é sobre o lado humano, ou melhor, a falta deste no momento de se demitir alguém. De um lado o personagem de Clooney tenta não se envolver e ao mesmo tempo dar um sopro de esperança a quem perde o emprego e do outro a jovem de Anna Kendrick, que sabe muito de teoria mas não tem experiência alguma de vida. Estes lados opostos são situações muito comuns na atualidade, onde as empresas abrem as portas para os novos talentos que pensam apenas na carreira e esquecem que suas idéias afetarão pessoas. Eu trabalhei em algumas empresas e sei bem como esta situação cresce cada vez mais, apenas não conheço a demissão por teleconferência mostrada no filme, mas não duvido que logo este “serviço” entre em prática por aqui. 

quinta-feira, 24 de março de 2011

Escola de Rock


Escola de Rock (The School of Rock, EUA, 2003) – Nota 7
Direção – Richard Linklater
Elenco – Jack Black, Mike White, Joan Cusack, Sarah Silverman, Adam Pascal.

Os anos passaram e Dewey Finn (Jack Black) ainda sonha em se tornar um astro de rock, mesmo tendo sido expulso de sua última banda. Vivendo de favor na casa de um amigo, ele atende uma ligação onde um colégio oferece um emprego de professor de música para seu amigo, porém ele vê uma chance e se faz passar pelo colega para assumir o emprego. A questão é que ele irá trabalhar numa escola tradicional, onde os alunos estudam música clássica e coisas do gênero. Aos poucos, o maluco e apaixonado por rock Dewey, subverte a classe e faz aflorar a rebeldia naqueles alunos, despertando o gosto pelo gênero musical. 

Esta simpática comédia musical é quase uma paródia a filmes sobre professores revolucionários, como “Ao Mestre com Carinho” e “A Sociedade dos Poetas Mortos”, porém deixando o drama de lado e indo direto para a comédia, utilizando o talento de Jack Black para este tipo de papel. Por sinal, Black está num dos seus melhores papéis, que até lembra um pouco o coadjuvante que interpretou em “Alta Fidelidade”, o sujeito meio maluco que trabalhava na loja de discos de John Cusack e adorava falar sobre música. Como curiosidade, a irmã de John, Joan Cusack faz a diretora careta que entra em conflito com o falso professor vivido por Black.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Assim Caminha a Humanidade - O Adeus a Elizabeth Taylor

Hoje o cinema perdeu uma das suas maiores estrelas de todos os tempos, a belíssima Elizabeth Taylor faleceu aos setenta e nove anos após um sucessão de problemas de saúde nos últimos quinze anos.

Liz Taylor estava afastada do cinema desde uma pequena participação em "Os Flintstones" em 1994, mas sua carreira já estava de lado desde meados dos anos oitenta, quando seu grande amigo Rock Hudson faleceu em virtude da AIDS e ela se engajou na luta contra a doença.

Entres os grandes destaques de sua carreira estão filmes como "Cleópatra", "O Pecado de Todos Nós", "Gata em Teta de Zinco Quente", entre diversos outros, além da polêmica em virtude de seus oito casamentos, sendo o mais notório com o astro Richard Burton, com quem por sinal se casou duas vezes.

Como homenagem escrevo sobre o clássico "Assim Caminha a Humanidade", que ela estrelou ao lado do amigo Rock Hudson e do mito James Dean.


Assim Caminha a Humanidade (Giant, EUA, 1956) – Nota 8,5
Direção – George Stevens
Elenco – Elizabeth Taylor, Rock Hudson, James Dean, Carroll Baker, Dennis Hopper, Chill Wills, Mercedes McCambridge, Sal Mineo, Rod Taylor.

O fazendeiro texano Bick Benedict (Rock Hudson) conhece, se apaixona e casa rapidamente com a bela Leslie (Elizabeth Taylor), com quem vai morar em sua propriedade, a fazenda “Giant” do título. A princípio Leslie é recebida com frieza por Luz (Mercedes McCambridge), irmã de Bick, uma solteirona que não fica feliz em ter de dividir a casa com a cunhada. Ao mesmo tempo Leslie é apresentada ao peão Jett Rink (James Dean), um jovem orgulhoso que não é bem visto por Bick. Esta rixa entre os dois aumenta quando Jett descobre petróleo em sua pequena propriedade e se torna tão rico quanto Bick. 

A história seguirá décadas na vida destes personagens, com reviravoltas, amores e preconceito social em uma saga dramática contada em mais de três de projeção. A longa duração não atrapalha o filme o desenvolvimento do roteiro segura a atenção espectador, tendo ajuda também de personagens bem construídos, inclusive os coadjuvantes, que tem os jovens na época Dennis Hopper e Carrol Baker como o casal de filhos da família Benedict, além do precocemente falecido Sal Mineo e o bom ator Rod Taylor. 

O trio principal é outro grande destaque, inclusive o astro Rock Hudson que nunca foi considerado um grande ator, tem aqui uma ótima interpretação como o latifundiário que precisa aceitar a chegada dos novos tempos. Elizabeth Taylor como sempre desfila sua beleza e talento como a jovem que amadurece diante dos conflitos familiares e James Dean confirma o grande ator que seria, neste trabalho que foi lançado apenas após sua morte.

terça-feira, 22 de março de 2011

Bombas - Astros em Filmes Policiais Ruins

Voltando a sessão Bombas, desta vez destaco filmes policiais de qualidade duvidosa protagonizados por astros que já tiveram mais fama que nos dias de hoje.

Por estas escolhas suas carreiras tiveram altos e baixos.



O Advogado dos Cinco Crimes (A Murder of Crows, EUA, 1998) – Nota 5,5
Direção – Rowdy Herrington
Elenco – Cuba Gooding Jr, Tom Berenger, Marianne Jean Baptiste, Eric Stoltz, Mark Pellegrino, Ashley Laurence, Carmen Argenziano, Doug Wert.

O advogado Lawson Russell (Cuba Gooding Jr), especialista em defender criminosos, num momento de consciência pesada acaba abandonando o julgamento do assassino Thurman Parks III (Eric Stoltz) e por este motivo é proibido de seguir na profissão. Um pouco perdido com a situação, Lawson resolve escrever um romance sobre o mundo dos advogados, mas não consegue sequer iniciar o trabalho. Por acaso, Lawson faz amizade com um solitário idoso e este lhe entrega um livro completo sobre advogados para saber sua opinião sobre a história. No dia seguinte o idoso morre e Lawson vê a chance de usar o manuscrito do sujeito como sendo seu trabalho, porém ele não sabe que o livro descreve em detalhes vários crimes que realmente aconteceram, o que o tornará suspeito. 

Mais um exemplo de um longa que tem uma premissa interessante com um desenvolvimento confuso e um final com cara de seriado de tv. São vários furos no roteiro e uma parte do mistério é facilmente resolvido pelo espectador acostumado com o gênero. A explicação final revelada pelo vilão é muito ruim. A carreira de Cuba Gooding Jr não chegou aonde poderia em virtude de escolhas equivocadas como esta.  

Beijos e Tiros (Kiss Kiss, Bang Bang, EUA, 2005) – Nota 5,5
Direção – Shane Black
Elenco – Robert Downey Jr, Val Kilmer, Michelle Monaghan, Corbin Bernsen, Dash Mihok, Larry Miller, Rockmond Dunbar, Shannyn Sossamon.

Em Nova Iorque, o ladrão pé-de-chinelo Harry Lockhart (Robert Downey Jr) ao fugir da polícia entra num prédio, é confundido com um ator que deseja fazer testes para um filme e ainda acaba sendo aprovado. Levado para Los Angeles, ele é apresentado ao detetive particular homossexual Gay Perry (Val Kilmer), que será seu professor para o papel  ao qual foi escolhido, porém as coisas se complicam quando ele encontra uma ex-amiga de infância aspirante a atriz, Harmony Faith Lane (Michelle Monaghan). Os dois se envolvem no morte da filha de um astro de cinema (Corbin Bernsen) e começam a ser perseguidos. 

Fica difícil explicar uma trama tão confusa e com soluções absurdas. Por mais que o trio principal esteja bem, a mistura de humor negro, violência e gozação em cima do mundo do cinema não agrada. Shane Black ficou famoso pelo roteiro da série “Máquina Mortífera”, mas nesta incursão como diretor ele erra a mão, a idéia de utilizar estereótipos de pessoas que vivem em Hollywood é interessante, mas nem sempre o humor negro funciona, aqui principalmente pelo roteiro.

3000 Milhas para o Inferno (3000 Miles to Graceland, EUA, 2001) – Nota 5,5
Direção – Demian Lichtenstein
Elenco – Kurt Russell, Kevin Costner, Courteney Cox, Christian Slater, David Arquette, Kevin Pollak, Thomas Haden Church, Jon Lovitz, Howie Long, Bokeem Woodbine, Ice T, David Kaye, Louis Lombardi.

Após sair da cadeia, Michael Zane (Kurt Russell) chega a um cidadezinha no meio do deserto de Nevada para encontrar Murphy (Kevin Costner), um ex-companheiro de prisão que montou uma gangue e planeja roubar um cassino em Las Vegas disfarçados como sósias de Elvis Presley. Enquanto aguarda a chegada de Murphy, Michael se envolve com a mãe solteira Cybil (Courteney Cox) e seu filho (David Kaye). Após o assalto, uma desavença entre os ladrões fará Michael novamente se encontrar com Cybil e seu filho, dando início a uma disputa pelo dinheiro roubado. 

Mais um longa que entra na lista daqueles que tem uma premissa interessante, masse perde na fraca direção, no roteiro confuso e em cenas de ação forçadas. Grande parte do elenco aparece em poucas cenas, com o filme ficando na mão do trio principal, onde apenas Kurt Russell se salva como o anti-herói, papel comum em sua carreira. Já Kevin Costner está exagerado como o vilão e Courteney Cox merece ser elogiada apenas pela beleza.  

End Game (End Game, EUA / Alemanha / Canadá, 2006) – Nota 5,5
Direção – Andy Cheng
Elenco – Cuba Gooding Jr, James Woods, Angie Harmon, Anne Archer, Patrick Fabian, Peter Greene, Jack Scalia, Burt Reynolds, Todd Jensen, Benito Martinez.

O Presidente Americano (Jack Scalia) é assassinado e o agente Alex Thomas (Cuba Gooding Jr), responsável pela segurança pessoal sente-se culpado, mesmo tendo feito o possível para salvá-lo. O atirador é morto pelos outros seguranças, porém uma repórter (Angie Harmon) inicia uma investigação paralela e encontra pistas que levam a um complô. Rapidamente ela pede ajuda a Alex para descobrir quem é o mandante do assassinato. 

O filme é uma amontoado de clichês, que a maioria dos cinéfilos descobririam os responsáveis rapidamente, mesmo com a explicação final sendo confusa. O elenco tem bons nomes, mas todos trabalham no piloto automática. A depressão do personagem de Cuba é risível, James Woods e Anner Archer mesmo tendo importância na trama estão perdidos e Burt Reynolds tem um papel totalmente decorativo. Para os homens, vale apenas a apreciar a beleza de Angie Harmon (que trabalhou algumas temporadas na série “Law & Order), que se esforça no papel da repórter obstinada.

Ruas de Sangue (Streets of Blood, EUA, 2009) – Nota 5,5
Direção – Charles Winkler
Elenco – Val Kilmer, Curtis “50 Cent” Jackson, Sharon Stone, Barry Shabaka Henley, Michael Biehn, Jose Pablo Cantillo, Brian Presley.

Em New Orleans após o Furacão Katrina, o detetive Andy Devereaux (Val Kilmer) encontra seu parceiro morto no meio da enchente e acaba conhecendo o policial Stan Johnson (o rapper 50 Cent) que passa a ser seu parceiro. Seis meses depois, eles e outra dupla de policiais que trabalham no mesmo esquadrão, estão sendo investigados por um agente do FBI (Michel Biehn) como suspeitos de roubo e assassinatos, além de terem de passar por sessões de terapia com uma psicóloga (Sharon Stone). Aos poucos o grupo percebe que existe um traidor dentro da polícia tentando acabar com suas carreiras, situação que terminará de forma violenta. 

A premissa é interessante ao mostrar a violência que tomou conta de New Orleans após a tragédia e como isso aumentou a corrupção e a violência da própria polícia, porém logo tudo se perde num roteiro confuso que descamba para o previsível tiroteiro final, com uma esperada reviravolta. Novamente o bom ator Val Kilme escolhe um papel errado, desta vez acompanhado por Sharon Stone, que não faz feio, mas demonstra que sua carreira já não está em alta. Em 2010 Sharon Stone conseguiu um interessante papel de promotora em quatro episódios da série “Law & Order: SVU”, quem sabe ela encontre um novo caminho para carreira em alguma outra série de tv. 

segunda-feira, 21 de março de 2011

Crash - No Limite


Crash – No Limite (Crash, EUA, 2004) – Nota 9
Direção – Paul Haggis
Elenco – Don Cheadle, Matt Dillon, Sandra Bullock, Brendan Fraser, Jennifer Esposito, Michael Peña, Terrence Howard, Thandie Newton, Chris Ludacris Bridges, Larenz Tate, Ryan Phillippe, Shaun Tobb, Keith David, Loretta Devine, Tony Danza, Karina Arroyave, William Fichtner, Nona Gaye, Daniel Dae Kim, Bahar Soomekh.

Em Los Angeles, vários personagens de diversas etnias e classes sociais tem seus destinos cruzados em pouco mais de um dia, numa história que mistura riqueza, pobreza, violência, racismo e preconceito. 

São pequenas histórias que começam com um promotor (Brendan Fraser) e sua esposa dondoca (Sandra Bullock) tendo seu carro de luxo roubado por dois assaltantes negros (Chris Ludacris Bridges e Larenz Tate), ao mesmo tempo em que uma família de origem árabe (o pai Shaun Tobb e a fila Bahar Soomekh) tem sua loja assaltada e destruída. Estes dois fatos estão ligados pelo personagem do chaveiro hispânico (Michael Peña), que é tratado mal tanto pelo pai árabe que não quer seu serviço, como pela esposa do promotor quando ele vai trocar as chaves da casa desta e esposa mimada o vê como um deliquente, quando na verdade o jovem chaveiro deseja apenas trabalhar para sustentar sua família. 

Em paralelo, o casal negro bem sucedido (Terrence Howard e Thandie Newton) é parado na estrada e tratado como suspeito por uma dupla de policiais, o veterano racista (Matt Dillon) que humilha a mulher e o novato inseguro (Ryan Phillipe). Por final, um detetive negro (Don Cheadle) tem um irmão bandido e um caso com uma colega latina (Jennifer Esposito). 

Ao cruzar estas histórias, o ótimo roteiro do diretor Paul Haggis mostra como as diferenças sociais e raciais ainda são complicadas no mundo atual, criando barreiras para convivência e situações absurdas, apenas por que alguns julgam o semelhante pela cor da pele, sotaque ou classe social. 

O elenco recheado de personagens está perfeito, até mesmo atores contestados como Brendan Fraser e Matt Dillon acertam no tom dos papéis, cada um criando personagens próximos da realidade, onde muitas vezes o lado do preconceito e da violência se tornam a característica principal do sujeito.

domingo, 20 de março de 2011

Albergue Espanhol


Albergue Espanhol (L’Auberge Espagnole, França / Espanha, 2002) – Nota 7,5
Direção – Cédric Klapisch
Elenco – Romain Duris, Judith Godreche, Audrey Tautou, Cécile de France, Kelly Reilly, Cristina Brondo, Federico D’Anna, Barnaby Metschurat, Christian Pagh, Kevin Bishop, Xavier De Guillebon.

O jovem francês Xavier (Romain Duris) quando criança sonhava ser escritor, porém agora com influência do pai resolveu cursar economia e para conseguir um emprego burocrático no governo, precisa aprender espanhol. Xavier entra num programa de intercâmbio e viaja para Barcelona onde passará um ano estudando. Sua namorada Martine (Audrey Tautou) fica extremamente chateada e mesmo em dúvida, Xavier segue em frente. 

Em Barcelona, ele consegue vaga num apartamento com mais cinco estudantes de diferentes nacionalidades, além de se envolver com a bela e reprimida Anne Sophie (Judith Godreche), que é casada com um médico egocêntrico que fez amizade com Xavier no avião. Durante um ano Xavier passará por diversas situações, enfrentará as dificuldades da língua e o choque cultural, mudando completamente sua vida. 

Esta diferente mistura de comédia e drama toca em temas como a globalização cultural, a dificuldade em se manter um relacionamento a distância e principalmente nas experiências da juventude. O protagonista vivido por Romain Duris espelha bem esta fase, assim com outros bons personagens como a namorada ciumenta de Audrey Tautou e a lésbica de Cécile de France. 

Um retrato diferente e interessante sobre a juventude européia. 

sábado, 19 de março de 2011

O Julgamento de Allen Iverson


O Julgamento de Allen Iverson (No Crossover: The Trial of Allen Iverson, EUA, 2010) – Nota 7
Direção – Steve James
Documentário

Em 1993, o futuro astro da NBA Allen Iverson ainda adolescente, já era ídolo na pequena cidade de Hampton na Virginia, onde atuava pelos times de basquete e futebol americano de um colégio com destaque, sendo disputado por diversas universidades em virtude do seu talento. 

Vindo de uma família pobre, sem conhecer o pai e aparentemente vivendo com a mãe viciada em drogas, o esporte e a ajuda de um treinador foram fundamentais para sua vida, porém um fato quase acabou com sua carreira. Uma briga generalizada em um boliche deixou algumas pessoas feridas, todas brancas, o que fez com que ele e três amigos fossem presos e julgados. O que até hoje ninguém sabe é quem realmente foi o culpado, os negros dizem terem sido ofendidos primeiro e os brancos alegam serem as vítimas, causando uma grande crise racial na cidade. 

Toda esta história é contada pelo diretor Steve James, que nasceu e viveu em Hampton, mas na época destes acontecimentos vivia longe dali. Como ele foi convidado para dirigir um dos filmes do especial de trinta anos da ESPN, acabou escolhendo está história que mexeu com suas próprias raízes e que depois de quase vinte anos ainda é assunto incômodo para os moradores da cidade, ficando claro nos depoimentos e na quantidade de pessoas que se negaram a conversar com o diretor. 

Vale a pena conhecer esta história real que mistura ingredientes polêmicos como fama e racismo.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Onze Homens e um Segredo (1960 e 2001)


Onze Homens e um Segredo (Ocean’s Eleven, EUA, 1960) – Nota 6,5
Direção – Lewis Milestone
Elenco – Frank Sinatra, Dean Martin, Sammy Davis Jr, Peter Lawford, Joey Bishop, Angie Dickinson, Henry Silva, Cesar Romero, Richard Conte, Akim Tamiroff.

Um grupo de amigos veteranos da Segunda Guerra liderados por Danny Ocean (Frank Sinatra), montam um plano para roubar na noite de ano novo cinco cassinos em Las Vegas. No grupo estão o cantor Sam Harmon (Dean Martin), o playboy Jimmy Foster (Peter Lawford) e o dono de um caminhão de lixo Josh Howard (Sammy Davis Jr), entre outros sujeitos que contribuirão cada um com sua habilidade. O lide Danny ainda precisar lidar com sua esposa (Angie Dickinson), que não confia no marido. 

Apesar do charme do elenco principal, formado pelo chamado “Rat Pack” (Sinatra, Martin, Davis, Lawford e Joey Bishop), que vivia em Las Vegas fazendo shows e curtindo a vida, o filme é irregular e em alguns momentos lento. Fica claro que o filme é mais uma diversão do grupo, que era famoso na época também pelas conquistas de mulheres e que aqui resolveram aproveitar o momento para trabalharem juntos no cinema. A contratação do o grande Lewis Milestone (do clássico de guerra “Nada de Novo no Front” de 1930) já veterano para dirigir, foi uma tentativa de dar uma caráter um pouco mais profissional ao longa, mas mesmo assim são as diversas as cenas em que os amigos improvisam os diálogos. A fama de cult vem pelo elenco e aumentou com a refilmagem de Steven Soderbergh em 2001.

Onze Homens e um Segredo (Ocean’s Eleven, EUA, 2001) – Nota 8
Direção – Steven Soderbergh
Elenco – George Clooney, Brad Pitt, Julia Roberts, Matt Damon, Andy Garcia, Carl Reiner, Elliott Gould, Scott Caan, Bernie Mac, Casey Affleck, Don Cheadle, Eddie Jameson, Shaobo Qin, Lennox Lewis, Topher Grace, Joshua Jackson, Holly Marie Combs.

Após sair da cadeia, Danny Ocean (George Clooney) se une a seu amigo Rusty Ryan (Brad Pitt) com quem tem planejado um assalto milionário a três cassinos em Las Vegas durante uma luta de boxe. No fundo além do dinheiro, o assalto é uma espécie de vingança contra o dono dos cassinos, Terry Benedict (Andy Garcia) desafeto de Danny. Para o plano funcionar, a dupla reúne mais nove sujeitos, cada um especialista em uma parte do plano. Entre eles estão o croupier Frank Catton (o falecido Bernie Mac), o ladrão Linus Caldwell (Matt Damon), os irmãos Malloy (Casey Affleck e Scott Caan), o picareta Reuben Tishkoff (Elliott Gould), além de Saul Bloom (o veteraníssimo diretor Carl Reiner). 

Com este elenco estelar que tema ainda Julia Roberts como a ex-mulher de Danny, o filme é pura diversão, com um roteiro inteligente que cria um plano cheio de reviravoltas, com sequências bem boladas que lembram o clásico “Golpe de Mestre” com Paul Newman e Robert Redford,  misturando ainda bem ação e comédia. Outro destaque é a montagem, que segue a linha dos filmes de Guy Ritchie como “Snatch” e “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes”. O resultado é melhor que o longa original dos anos sessenta e gerou ainda duas continuações inferiores.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Patton - Rebelde ou Herói?


Patton – Rebelde ou Herói? (Patton, EUA, 1970) – Nota 8
Direção – Franklin J. Schaffner
Elenco – George C. Scott, Karl Marlden, Edward Binns, Stephen Young, Michael Bates.

Na 2º Guerra Mundial, o general americano George S. Patton Jr (George C. Scott) tem a missão de combater os nazistas liderados por Rommel na África e mesmo tendo sucesso, não se mostra satisfeito em virtude de uma disputa pessoal com o general inglês Montgomery (Michael Bates). Ao mesmo tempo que lutam contra os nazistas, os dois disputam quem conseguirá chegar primeiro a Messina na Itália, considerado um ponto vital para os aliados. Desobecendo ordens, Patton muda os planos e chega primeiro na cidade italiana, sendo tratado como herói pelo povo e rebelde pelo alto comando militar. Mesmo sendo reconhecido como um grande estrategista, Patton cai em desgraça comos superiores quando agride um soldado e o chama de covarde, sendo colocado de lado no plano de invasão do “Dia D”, o que para ele é uma grande frustração. 

Este ótimo drama de guerra baseado na vida do general Patton, faz parte de uma sequência de quatro grandes filmes dirigidos pelo falecido Franklin J. Schaffner, que começou em 1968 com “O Planeta dos Macacos”, passa por este longa, chega ao clássico sobre a história russa “Nicholas e Alexandra” em 1971 e finalizando com o ótimo “Papillon” em 1973. 

O grande destaque do filme é a atuação de George C. Scott, que cria com personagem inteligente, culto (especialista na história das guerras) e ao mesmo tempo mal educado, que tem o objetivo de se tornar um herói de guerra. Patton acredita ainda em reencarnação e diz ter lutado ao lado de Napoleão e em guerras de diversas épocas, por isso estaria preparado para enfrentar qualquer desafio. 

A atuação deve ser louvada também por Scott segurar praticamente sozinho as quase três horas de filme, os demais personagens aparecem pouco, até o grande Karl Marlden tem um papel pequeno em relação a Scott. 

Outros destaques são as bem filmadas cenas de guerra e a grandiosa trilha sonora de Jerry Goldmisth, que por uma ironia, foi copiada em boa parte na música tema da série de filmes “Loucademia de Polícia”.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Uma Verdade Inconveniente


Uma Verdade Inconveniente (An Inconvenient Truth, EUA, 2006) – Nota 8
Direção – Davis Guggenheim
Documentário com Al Gore

Após perder a polêmica eleição para presidente americano em 2000 para George W. Bush, Al Gore que fora vice-presidente nos dois mandatos de Bill Clinton, resolveu voltar todas as suas forças e prestigio para alertar o mundo sobre o aquecimento global. 

Desde os anos setenta quando entrou para a vida política, Gore sempre deu palestras sobre o perigo da destruição do meio ambiente e após as eleições de 2000 começou a viajar o mundo mostrando as terríveis conseqüências do aquecimento global e o que deveria ser feito para reverter ou pelo menos minimizar este quadro. 

O documentário mostra toda a produção da palestra de Gore, onde ele explica porque na última década aumentou e muito o número de furações, enchentes, secas e outros tipos de tragédia, através de slides, vídeos e projeções, de uma forma didática, porém sem ser cansativa. 

Entre os temas abordados no documentário, Gore cita o exemplo do Furacão Katrina como uma conseqüência da degradação do meio ambiente e ainda a questão do Protocolo de Kyoto que o governo americano se negou a aderir, com certeza pela pressão e lobby das grandes corporações que financiam políticos e não tem o mínimo interesse de aumentar seu gastos para diminuir a emissão de gases, o principal vilão no aquecimento global. 

Pela importância do tema, é um documentário que merece ser visto por todos e principalmente nas escolas, para que se formem pessoas que tenham uma consciência maior sobre a importância da preservação do meio ambiente. 

terça-feira, 15 de março de 2011

Os Donos da Noite


Os Donos da Noite (We Own the Night, EUA, 2007) – Nota 7,5
Direção – James Gray
Elenco – Joaquin Phoenix, Mark Wahlberg, Eva Mendes, Robert Duvall, Alex Veadov, Danny Hoch, Oleg Taktarov, Antoni Corone, Tony Musante.

Em Nova York nos anos oitenta, Bobby Green (Joaquin Phoenix) gerencia uma boate que é financiada por mafiosos russos. Ele tenta não se meter a fundo no negócio ilegal dos russos, principalmente por esconder que pertence a uma família de policiais, inclusive usando o sobrenome da mãe para despistar. O pai Burt Grusinsky (Robert Duval) é um veterano policial e seu irmão Joseph (Mark Wahlberg) seguiu o mesmo caminho e por este motivo a convivência com Bobby não é das melhores, principalmente por parte do pai. Quando pai e filho se tornam alvos dos mafiosos russos que comandam a boate de Bobby, ele precisará decidir para qual lado ficar, o que não será nada fácil.

Neste longa que é mais drama do que filme policial, o bom diretor James Gray volta a dirigir a dupla Phoenix/Wahlberg após “Caminho sem Volta” de 1999 e novamente dá ênfase a história e o desenvolvimento dos personagens, sem preocupação com cenas espetaculares. Aqui deve-se destacar também a boa atuação de Robert Duvall, como o sujeito durão que não sabe como lidar com o filho que não seguiu o que ele queria. 

segunda-feira, 14 de março de 2011

Sem Saída & Treze Dias Que Abalaram o Mundo


Nesta postagem escrevo sobre dois filmes que tem a Guerra Fria como um dos pontos em comum e marcam a parceria entre o astro Kevin Costner e o diretor australiano Roger Donaldson, que comandou bons filmes como "A Fuga" com Alec Baldwin e Kim Basinger, "O Novato" com Al Pacino e Colin Farrell e o recente "Efeito Dominó" com Jason Statham.

Sem Saída (No Way Out, EUA, 1987) – Nota 7,5
Direção – Roger Donaldson
Elenco – Kevin Costner, Gene Hackman, Sean Young, Will Patton, George Dzundza, Howard Duff, Iman, Fred Dalton Thompson, Leon Russom, Marshall Bell.

O oficial da marinha Tom Farrell (Kevin Costner) tem um caso com a bela Susan Atwell (Sean Young), que por outro lado também é amante do Secretário de Defesa Americano David Brice (Gene Hackman). Por acaso, Farrell testemunha Bruce matando Susan por acidente e este sabe que alguém viu seu crime, mas como é um sujeito poderoso, ele mesmo indica Farrell para investigar o caso com o intuito de manipular a situação, mas não tem a mínima idéia de que a testemunha do crime é o próprio investigador. 

Este suspense com roteiro inteligente e um final surpreendente, tem uma ótima disputa de interpretações entre Costner e Hackman, em papéis onde cada um esconde um segredo que se casa perfeitamente com a história, que ainda mistura o jogo de espionagem da Guerra Fria na investigação. Destaque também para o sempre carrancudo Will Patton e a bela Sean Young no auge da carreira e da beleza.

Treze Dias Que Abalaram o Mundo (Thirteen Days, EUA, 2000) – Nota 7,5        
Direção – Roger Donaldson
Elenco – Kevin Costner, Bruce Greenwood, Steven Culp, Dylan Baker, Bill Smitrovich, Kevin Conway, Ed Lauter, James Karen, Lucinda Jenney, Tim Kelleher, Len Cariou, Elya Baskin, John Aylward, Michael Gaston, Charles Esten.

Em outubro de 1962, um avião americano fotografa em Cuba um local onde estão sendo montadas plataformas que poderão ser usadas para lançamento de algum artefato nuclear. Rapidamente a notícia chega até o Presidente Kennedy (Bruce Greenwood) e a crise está instalada. Kennedy não quer passar a mensagem de fraqueza, mas também não pretende atacar os soviéticos antes de saber realmente o que está acontecendo. Pressionado pelos militares para se preparar para a guerra, Kennedy tem em seu assessor Kenny O’Donnell (Kevin Costner) a voz da razão, que faz de tudo para evitar um desastre mundial. 

Este bom suspense baseado em fato real, mostra como o mundo esteve perto de um colapso nuclear na época, dando ênfase aos bastidores da Casa Branca, onde intermináveis discussões e reuniões evitaram a tragédia. Destaque para Kevin Costner num papel que lembra um pouco seu trabalho em “JFK” e o eterno coadjuvante Bruce Greenwood dando conta do recado no papel de Kennedy. Um bom drama histórico que com certeza será apreciado por quem gosta do tema.

domingo, 13 de março de 2011

O Mundo Segundo Garp


O Mundo Segundo Garp (The World According Garp, EUA, 1982) – Nota 7
Direção – George Roy Hill
Elenco – Robin Williams, Mary Beth Hurt, Glenn Close, John Lithgow, Hume Cronyn, Jessica Tandy, Swoosie Kurtz.

Nos anos quarenta, a jovem Jenny Fields (Glenn Close) deseja ter um filho, mas não quer casar. Ela resolve engravidar de um soldado ferido que está internado num hospital militar durante a guerra e diz a todos apenas que o nome do sujeito é Garp, batizando seu filho com o mesmo nome. 

Nos anos sessenta, Jenny é uma famosa líder feminista e seu filho Garp (Robin Williams) é um escritor. Garp que sempre viveu à sombra da mãe, é obrigado a ter sua vida revelada em um livro escrito por Jenny, que conta todos os detalhes de sua vida e do seu filho, inclusive o preconceito que teve de enfrentar por ser mãe solteira. Garp a princípio fica desconfortável, mas quando ele faz amizade com a transexual Roberta (John Lithgow), ele vê semelhanças no problemas desta e de sua mãe. 

Este interessante e diferente drama baseado num livro de John Irving, toca em temas polêmicos para mostrar as mudanças na sociedade americana entre os anos quarenta e o liberais anos sessenta, colocando o personagem de Robin Williams como um espectador e participante deste processo complicado. 

Glenn Close e John Lithgow concorreram ao Oscar de Atriz e Ator Coadjuvante.

sábado, 12 de março de 2011

Bombas - Filmes de Ficção B

Voltando a sessão Bombas, cito cinco filmes de ficção que pouco acrescentam em qualidade ao gênero. São dois filmes baseados em histórias em quadrinhos que se mostraram totalmente equivocados, dois outros que tentaram seguir o estilo "Mad Max" e por último um estranho longa protagonizado pelo comediante Jerry Lewis.


Flash Gordon (Flash Gordon, EUA/Inglaterra, 1980) – Nota 5
Direção – Mike Hodges
Elenco – Sam Jones, Melody Anderson, Max Von Sydow, Topol, Ornella Muti, Timothy Dalton, Brian Blessed, Mariangela Melato.

Ming (Max Von Sydow) é o imperador do planeta Mongo e tem a intenção de destruir a Terra. Por aqui, o jogador de futebol americano conhecido como Flash Gordon (Sam Jones) e sua namorada Dale Arden (Melody Anderson) sofrem um acidente de avião em virtude de um ataque de Ming e acabam se unindo ao Dr. Zarkov (o israelense Topol) para embarcar num foguete rumo a Mongo, com o intuito de impedir o imperador Ming de alcançar seu objetivo. 

Esta adaptação dos quadrinhos de Alex Raymond fez muito barulho na época, com direito a álbum do grupo Queen dedicado ao filme e diversas quinquilharias de marketing, como álbum de figurinhas, porém como cinema deixa muita a desejar. A escolha do canastrão Sam Jones como protagonista foi um erro, além dos cenários coloridos e exagerados e as demais atuações bem caricatas. Não sei como ainda algum produtor não comprou os direitos para uma nova versão.

Trapalhões do Futuro (Slapstick (Of Another Kind), EUA, 1982) – Nota 2
Direção – Steven Paul
Elenco – Jerry Lewis, Madeline Kahn, Marty Feldman, Pat Morita, Samuel Fuller, Jim Backus, Merv Griffin.

Um casal (Jerry Lewis e Madeline Kahn) dão a luz a gêmeos (interpretados por eles mesmos), que separados são totalmente estúpidos e juntos demonstram uma grande inteligência. Na realidade, os filhos são ETs gerados sem o casal saiba. Fica difícil falar algo mais sobre este estranho filme baseado num livro de Kurt Vonnegut Jr e que é em tese a última comédia estrelada por Jerry Lewis, se é que este filme pode ser chamado de comédia. Depois disso Lewis fez poucos papéis, geralmente pequenas participações em dramas e séries de tv.  

Cherry 2000 (Cherry 2000, EUA, 1987) – Nota 5,5
Direção – Steve DeJarnatt
Elenco – Melanie Griffith, David Andrews, Ben Johnson, Brion James, Pamela Gidley, Marshall Bell, Laurence Fishburne, Harry Carey Jr.

No futuro os homens podem comprar esposas-robôs, idênticas as mulheres e que cumprem todas as funções. Sam (David Andrews) é casado com uma esposa modelo Cherry 2000 (a linda Pamela Gidley) e quando esta apresenta um defeito, o sujeito descobre que o modelo está fora de linha e para conseguir peças de reposição terá de atravessar um território perigoso até chegar ao depósito. Por ironia do destino, Sam contrata como guia uma mulher de verdade (Melanie Griffith), que é forte, corajosa e não fica nada a dever aos homens. Aos poucos Sam descobrirá que uma mulher de verdade pode ser mais interessante. 

Este longa se tornou cult pelas entrelinhas do roteiro, que faz um paralelo com o que acontece em muitos casamentos, que após algum tempo o marido encontra defeitos na esposa (e vice-versa) e sai a procura de outra mulher, que lhe proporciona novas aventuras. O filme em si é razoável, segue a linha de “Mad Max” ao mostrar um mundo futurista violento e destruido, tem algumas cenas de ação e interpretações fracas. Como curiosidade, entre os coadjuvantes está Laurence Fishburne, quando ainda assinava como Larry Fishburne.

Crepúsculo de Aço (Steel Dawn, EUA, 1987) – Nota 4
Direção – Lance Hool
Elenco – Patrick Swayze, Lisa Niemi, Christopher Neame, Brett Hool, Anthony Zerbe, Brion James, Arnold Vosloo.

Num futuro pós-apocalíptico, o solitário guerreiro Nomad (Patrick Swayze) viaja pelas estradas apenas pensando em sobreviver, até que encontra um grupo de colonos que está sendo atacado por um gangue que deseja roubar a água que eles possuem. Nomad se junta aos colonos para lutar pela sobrevivência. Esta produção extremamente pobre, falha ao tentar copiar o sucesso da série “Mad Max”. Esta foi umas grandes roubadas da carreira de Patrick Swayze, que aqui divide o fracasso com sua esposa Lisa Niemi.

Double Dragon (Double Dragon, EUA, 1994) – Nota 4
Direção – James Yukich
Elenco – Robert Patrick, Mark Dacascos, Scott Wolf, Julia Nickson, Alyssa Milano, Nils Allen Stewart.

Em 2007 (na época era o futuro) Los Angeles é destruída por um terremoto. Como conseqüência, a cidade está tomada por gangues e as autoridades tentam modificar a situação alterando o nome da cidade para New Angeles. No meio desta bagunça, dois irmãos (Scott Wolf e Mark Dacascos) tem a missão de guardar metade de um medalhão chinês que dará poder a quem o tiver por inteiro. Os dois jovens são especialistas em artes marciais e terão de usar isso para se defender de Kogo Shuko (Robert Patrick), que tem a outra metade do medalhão e deseja conseguir todo o poder do artefato. 

O longa é uma adaptação do famoso game e como a maioria dos similares produzidos até então é uma grande furada, desde a escolha do elenco, que tem o galã teen Scott Wolf tentando mostrar que saber lutar e Robert Patrick como o vilão do topete dourado, passando pelo roteiro e as cenas de ação fracas. No mesmo ano os fãs de videogame ainda tiveram de enfrentar o péssimo “Street Fighter” estrelado por Van Damme.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Muito Além do Jardim


Muito Além do Jardim (Being There, EUA, 1979) – Nota 8
Direção – Hal Ashby
Elenco – Peter Sellers, Shirley MacLaine, Melvyn Douglas, Jack Warden, Richard Basehart, David Clennon.

Chance (Peter Sellers) por toda a vida trabalhou como jardineiro e teve como única diversão a tv. Quando seu patrão morre e Chance fica sozinho no mundo, ele que é totalmente ingênuo acaba sendo atropelado por um milionário (Melvyn Douglas) que se torna seu amigo. Sem nunca ter estudado ou tido uma vida normal, Chance apenas repete frases que ouviu na tv e se torna uma espécie de guru para o milionário, que chega a apresentá-lo ao presidente americano (Jack Warden). Ao mesmo tempo, a esposa do milionário (Shirley MacLaine) que vive frustrada, se apaixona pela pureza e simplicidade de Chance. 

Este longa é baseado no livro “O Vidiota” de Jerzy Kosinski e mistura drama, comédia e crítica social, colocando como protagonista um sujeito que representa a pureza perdida da humanidade e ao mesmo tempo mostra facilidade com que as pessoas podem ser influenciada. 

A caracterização de Peter Sellers é perfeita, inclusive nas cenas em que ele fica em silêncio e as pessoas a sua volta vêem aquele gesto como uma resposta inteligente. 

Também é um dos melhores trabalhos do falecido diretor Hal Ashby (“Ensina-me a Viver” e “Amargo Regresso”). 

Um filme para refletir sobre como é fácil influenciar as pessoas.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Glória Feita de Sangue


Glória Feita de Sangue (Paths of Glory, EUA, 1957) – Nota 8,5
Direção – Stanley Kubrick
Elenco – Kirk Douglas, Ralph Meeker, Adolph Menjou, George Macready, Wayne Morris, Richard Anderson, Joseph Turkel, Timothy Carey.

Em 1916 durante a 1º Guerra Mundial, o exército francês cerca uma colina dominada por alemães, porém não tem homens suficientes para tomá-la. Como a luta se estende por muito tempo, o alto comando do exército francês na figura do General Broulard (Adolph Menjou) indica o General Mireau (George Macready) a uma promoção, porém para ela se concretizar, Mireau precisa tomar a colina em dois dias. A princípio Mireau diz ser impossível a façanha, mas quando percebe que sua carreira depende disso, muda de opinião e aceita o desafio. 

Entusiasmado, ele passa a ordem para o Coronel Dax (Kirk Douglas), que mesmo contrariado é obrigado a aceitar a ordem. O próprio Dax comandará os homens na missão suicida, que falhará. Se sentindo traído, o General Mireau exige que três soldados sejam indicados para a corte marcial por covardia, como exemplo para os soldados que não morreram e fugiram da batalha, dando início a uma disputa com o Coronel Dax, que tentará defender seus homens a todo custo. 

Esta obra de Kubrick é um dos melhores filmes já feitos contra a estupidez da guerra e a hipocrisia do ser humano, com um roteiro que mostra o que o ser humano tem de pior, onde quem tem poder coloca suas ambições pessoais acima de tudo e de todos, como vemos muitas vezes no dia a dia, porém aqui com o agravante de matar para satisfazer seu ego. 

O General Mireau exige a execução dos próprios soldados para manter sua carreira e faz com que subordinados escolham os soldados, que são tratados como descartáveis, sendo que estas escolhas ainda seguem para o lado pessoal, diferente do Coronel Dax que tenta encontrar uma forma de manter a vida de seus soldados, mas a cada passo percebe que sua luta é única e sem apoio algum. 

O julgamento de cartas marcadas, a reação de cada soldado condenado, além da presença de um padre na cadeia, são um soco no estômago do espectador, que é obrigado a engolir uma injustiça e sentir a angustia da espera pela execução. 

O elenco é ótimo, principalmente Kirk Douglas no papel do Coronel que luta pela vitória do país e procura justiça num local onde a hierarquia vale mais que a vida.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Monster - Desejo Assassino


Monster – Desejo Assassino (Monster, EUA / Alemanha, 2003) – Nota 7,5
Direção – Patty Jenkins
Elenco – Charlize Theron, Christina Ricci, Bruce Dern, Lee Tergesen, Annie Corley, Pruitt Taylor Vince, Marc Macaulay, Scott Wilson.

No final dos anos oitenta, a prostituta Aileen Wuornos (Charlize Theron) conhece em um bar a jovem Selby (Christina Ricci) e as duas iniciam um romance. Num programa com um sujeito, Aileen é violentada e agredida, porém ao se defender mata o agressor. Aileen resolve fugir para outra cidade com Selby, mas não conta a ela o que ocorreu, apenas cria planos para largar a vida de prostituta. O problema é que ela nunca trabalhou e tem um temperamento complicado, o que tira suas chances de uma nova vida. Sem opções, Aileen volta a se prostituir para sustentar Selby, que praticamente é uma menina, porém a cada novo encontro mata o cliente para roubar, dando início a uma série de assassinatos. 

O longa é baseado numa história real e tem como seu principal trunfo a interpretação de Charlize Theron, que ganhou diversos prêmios merecidamente, entre eles o Oscar. A transformação da bela Charlize numa prostituta decadente e masculinizada é fantástica, seu jeito de falar e suas atitudes no papel assustam. Uma cena específica em que ela aparece apenas de roupas íntimas, mostra a transformação de seu corpo (não sei se foi truque de câmera ou maquiagem), onde vemos uma barriga proeminente,  além da pele e dos cabelos extremamente mal tratados. Sua personagem quase repugnante é perfeita para a violenta e decadente história desta serial killer que morreu executada em 2002, um ano antes do lançamento do filme.

terça-feira, 8 de março de 2011

Calendário da Morte & Te Amarei Até Te Matar


Nos anos oitenta o ator Kevin Kline ficou conhecido após trabalhos em bons filmes como "O Reencontro" e "Silverado", ficando famoso quando venceu o Oscar de Ator Coadjuvante pela comédia "Um Peixe Chamado Wanda", onde interpretava um personagem cínico e picareta. Provavelmente pelo sucesso do filme  e do papel, Kevin Kline acabou estrelando estes dois longas que cito nesta postagem e quebrou a cara. Os dois longas fracassaram merecidamente.

Calendário da Morte (The January Man, EUA, 1989) – Nota 6
Direção – Pat O’Connor
Elenco – Kevin Kline, Susan Sarandon, Mary Elizabeth Mastrantonio, Danny Aiello, Rod Steiger, Harvey Keitel, Alan Rickman, Faye Grant, Kenneth Welsh, Bill  Cobbs.

O bombeiro Nick Starkey (Kevin Kline) é chamado de volta para trabalhar na polícia pelo prefeito, com a missão de encontrar um serial killer que assassinou várias mulheres solteiras. O problema é que Nick se afastou da polícia após ser acusado de receber propina e seu retorno não é visto com bom olhos pelo capitão Alcoa (Danny Aiello) e pelo comissário Frank Starkey (Harvey Keitel) que é seu irmão. Nick é odiado pelo irmão também por ter ser aproximado da esposa do sujeito, sua cunhada Christine (Susan Sarandon). Os métodos não ortodoxos de Nick e a falta de respeito pelos oficiais, são outros detalhes que dificultarão sua volta à polícia. 

Esta mistura de comédia e policial, mesmo tendo o roteiro assinado por John Patrick Shanley, vencedor do Oscar dois anos antes por “Feitiço da Lua”, não se decide qual o caminho a seguir. Como comédia desperta poucas risadas e como policial lembra um episódio de série de tv. Uma pena, o resultado é o desperdício do bom elenco.


Te Amarei Até Te Matar (I Love You to Death, EUA, 1990) – Nota 6
Direção – Lawrence Kasdan
Elenco – Kevin Kline, Tracey Ullman, Joan Plowright, River Phoenix, William Hurt, Keanu Reeves, Victoria Jackson, Phoebe Cates, James Gammon, Jack Kehler, Heather Graham.

Joey Boca (Kevin Kline) é um mulherengo dono de uma pizzaria e casado com Rosalie (Tracey Ullman), que confia cegamente no marido. Quando ela descobre que Joey tem caso com várias mulheres, Rosalie junto com sua mãe (Joan Plowright, impagável como uma megera) envenenam o sujeito que mesmo assim não morre. A dupla então pede ajuda a Devo (o falecido River Phoenix) que é apaixonado por Rosalie para terminar o serviço, o que ele acaba não tendo coragem. Como última solução, elas contratam uma dupla de assassinos (William Hurt e Keanu Reeves), que na verdade são dois hippies drogados que não sabem matar uma mosca. 

O roteiro é todo voltado para o humor negro, um dos gêneros mais complicados do cinema, onde qualquer erro pode deixar o resultado exagerado ou sem graça, o que infelizmente acontece aqui. A dupla Lawrence Kasdan e Kevin Kline já haviam trabalhados juntos com sucesso no drama “O Reencontro” e no western “Silverado”, porém aqui o resultado é equivocado. 

Mesmo com alguns bons personagens como a dupla de drogados e a velha senhora de Joan Plowright, a história não se sustenta e as risadas são poucas. A escolha da comediante Tracey Ullman para o papel da esposa de Kevin Kline foi baseada no sucesso da série de tv que ela estrelava na época e que os produtores acreditavam que seu público da tv ajudasse o longa fazer sucesso, o que não ocorreu.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Família Soprano


Família Soprano (The Sopranos, EUA, 1999 à 2007)
Criador - David Chase
Elenco - James Gandolfini, Edie Falco, Lorraine Bracco, Michael Imperioli, Jamie Lynn Sigler, Robert Iler, Dominic Chianese, Tony Sirio, Steve Van Zandt, Aida Turturro, Drea de Matteo, Steve R. Schirripa, John Ventimiglia, Sharon Angelo, Frank Vincent, Vincent Pastore, Maureen Van Zandt, Nancy Marchand, Jerry Adler, Joe Pantoliano, Katherine Narducci, David Proval, Peter Bogadnovich, Steve Buscemi, Annabella Sciorra, Cara Buono, Lillo Brancato, Peter Riegert, John Heard, Michael Rispoli, Robert Patrick, Tim Daly, Julianna Margulies, Robert Loggia, Gregory Allan Williams, Paul Mazursky, Paul Schulze, Vincent Curatola, Federico Castelluccio.

Quando o canal HBO lançou "Família Soprano", muitos acreditavam ser uma série que focaria na comédia, assim como o filme "A Máfia no Divã" com Robert DeNiro que tinha uma premissa semelhante, porém os espectadores tiveram uma surpresa agradável e acompanharam as seis temporadas de uma série que marcou a tv. Junto com outras premiadas séries como "Oz - A Vida é uma Prisão" e "À Sete Palmos" lançadas naquela época, a HBO elevou o padrão de qualidade das séries de tv,

A história tem como protagonista o mafioso Tony Soprano (James Gandolfini), que é casado com Carmela (Edie Falco) e tem um casal de filhos adolescentes, Meadow (Jamie Lynn Sigler) e A. J. (Robert Iler). Nas duas primeiras temporada Tony tem ainda de cuidar da mãe dominadora e manipuladora (Nancy Marchand), além de precisar ser forte para aguentar os problemas dentro da máfia, onde ele é o terceiro no comando, abaixo de Jack Aprile (Michael Rispole) que está doente e morre ainda na primeira temporada e de seu tio Corrado "Junior" Soprano (Dominic Chianese), que assume a organização em seguida.

Por causa de todos estes problemas, Tony começa ter crises de "Síndrome do Pânico" e mesmo com sua condição de mafioso, acaba sendo obrigado a se tratar com uma psiquiatra, a Dra. Jennifer Melfi (Lorraine Bracco), com quem ele criará uma relação de amor e ódio durante as temporadas e terá diálogos impagáveis.

Estes detalhes são apenas o ponto de partida de uma saga repleta de personagens riquíssimos, inclusive os diversos coadjuvantes e uma história que mistura praticamente todos os temas. Amor, paixão, sexo, violência, lealdade, traição, drama familiar, racismo, corrupção e até humor negro neste verdadeiro caldeirão organizado pelo magnífico roteiro do criador David Chase.

Todos os ingredientes de filmes sobre a máfia estão aqui, mas ao mostrar os problemas pessoais de cada personagem, o criador leva o espectador a ver os mafiosos como pessoas comuns, que por determinados motivos entraram naquela organização e precisam esconder suas fraquezas da qualquer forma, nem mesmo que seja usando a violência, pois caso contrário a vítima pode ser ele mesmo.

Um detalhe significativo na história é a desmistificação do mundo dos mafiosos, aqui vemos a vida destes sujeitos em família e enfrentando problemas do dia a dia. A questão da lealdade e honra tão citado nos filmes do gênero, é mostrada nesta série apenas como algo utilizado para quem tem poder punir os subalternos e quando alguém importante ou parente dos comandantes quebra esta corrente, tudo é feito para salvar o sujeito.

Um dos pilares do sucesso da série foi a importância dada aos coadjuvantes, tanto em tempo de participação nos epísódios, quanto na qualidade das interpretações. Além dos personagens principais citados, temos muitos outros marcantes, como os sujeitos violentos quase psicopatas Ralph (Joe Pantoliano), Richie Aprile (David Proval) e Paulie Gualtieri (Tony Sirico), o drogado Christopher Moltisanti (Michael Imperioli) sobrinho de Tony Soprano e sua namorada Adriana (Drea de Matteo), o primo Tony B (Steve Buscemi), o dono da boate Bada Bing, Silvio (o músico Steve Van Zandt), a complicada irmã de Tony (Aida Turturro), entre outros.

São tantas histórias que ligam estes personagens durante as seis temporadas, que fica difícil escrever sobre os acontecimentos, vale apenas ressaltar como resumo que as duas primeiras temporadas focam muito no problema psicológico de Tony, na questão familiar e de sucessão entre os mafiosos, com episódios repletos de violência. As duas temporadas seguintes colocam outros temas na mesa, como as atitudes que Tony já como chefe da família mafiosa precisa tomar para se manter no topo, as maquinações com políticos, empresários e famílias mafiosas rivais, para manter a paz e aumentar os lucros do negócio ilícito. Por final, as duas últimas temporadas deixam a ação um pouco de lado ao mostrar os problemas de Tony com sua esposa, o crescimento dos filhos e o FBI tentando prendê-lo sem sucesso. Toda esta história resulta numa cena final que pode ser interpretada de mais uma forma, deixando para imaginação do espectador.

Finalizando, a série teve pequenas participações famosas, como dos diretores Paul Mazursky e Peter Bogadnovich, da linda Annabella Sciorra como uma amante de Tony, Julianna Margullies e Robert Patrick, além de ter reunido um quantidade impressionante de atores ítalo-americanos.