sexta-feira, 10 de junho de 2011

Um Diretor Contra Todos & 187 - O Código da Violência


Desde o clássico "Ao Mestre com Carinho" que o cinema produz filmes colocando professores como heróis em histórias edificantes, onde estes profissionais transformam a vida dos alunos. Na maioria destes filmes os professores enfrentam o desafio de lecionar em escolas em locais pobres e violentos, como em "O Preço do Desafio" e "Mentes Perigosas" por exemplo. Em outros casos as histórias tem como local colégios tradicionais, como em "O Sorriso da Monalisa" e o já clássico "A Sociedade dos Poetas Mortos".

Estes dois filmes que cito na postagem seguem um caminho diferente, o tema principal é a violência e apenas palavras não são suficientes para os professores modificarem a situação. Em "Um Diretor Contra Todos" a violência dos alunos e combatida com violência, transformando a escola num palco de guerra. Já "187 - O Código da Violência" aborda as consequências da violência contra o professor que fica profundamento abalado e procura enfrentar o problema de uma forma não ortodoxa.

Um Diretor Contra Todos (The Principal, EUA, 1987) – Nota 6,5
Direção – Christopher Cain
Elenco – James Belushi, Louis Gossett Jr, Rae Dawn Chong, Michael Wright, Jeffrey Jay Cohen, Esai Morales, Troy Winbush, Jacob Vargas, Kelly Jo Minter.

O professor Rick Latimer (James Belushi) é um sujeito briguento que está prestes a perder o emprego por causa de seu temperamento. Após um incidente com o namorado da ex-esposa, ele ao invés de perder o emprego acaba sendo promovido a diretor. A questão é que a promoção é um castigo para Latimer, que será o responsável por uma escola de péssima reputação, localizada num bairro pobre e dividida pela violência entre gangues de negros e latinos. Logo ele é avisado pelo chefe da segurança da escola (Louis Gossett Jr) sobre o que acontece no local e resolve tomar uma atitude drástica, punir todos que se envolvam com drogas e violência dentro do colégio, o que causará rapidamente um conflito com os líderes das gangues.

Mesmo tendo sido produzido há quase vinte e cinco anos, o filme já mostrava que as drogas e a violência tomavam conta de muitas escolas nas regiões pobres das grandes cidades americanas. O diretor Christopher Cain que teve alguns momentos de fama nos anos oitenta com o drama “A Força da Inocência” e o western “Os Jovens Pistoleiros”, aqui opta por uma história que privilegia a ação e a violência, deixando de lado as medidas educativas que geralmente este tipo de produção prega, sempre mostrando professores que querem salvar os alunos. Aqui o diretor deseja limpar a escola, nem que para isso tenha de usar a violência, o que mesmo sendo politicamente incorreto, acaba sendo um ponto positivo de uma abordagem bem diferente do problema.

187 – O Código da Violência (One Eight Seven, EUA, 1997) – Nota 7
Direção – Kevin Reynolds
Elenco – Samuel L. Jackson, John Heard, Kelly Rowan, Clifton Collins Jr, Tony Plana, Karina Arroyave, Lobo Sebastian, Jack Kehler.

Trevor Garfield (Samuel L. Jackson) é um professor numa escola pública no Bronx repleta de alunos violentos. Em constante conflito com os jovens, ele não aceita aprovar um aluno que o ameaça e acaba sendo esfaqueado. Após algum tempo afastado, ele se muda para Los Angeles em busca de nova vida e ao voltar a sala de aula encontra novamente os mesmos problemas. Um diretor (Tony Plana) que não quer ser envolver e os professores acuados com medo dos jovens que se dividem em gangues dentro da escola. Com apoio de uma jovem professora (Kelly Rowan), Trevor resolve enfrentar o problema para tentar modificar a situação. 

A direção de Kevin Reynolds (“Robin Hood – O Príncipe dos Ladrões”com Kevin Costner) capta com qualidade a decadência da escola pública nas grandes cidades americanas, aqui especificamente em Los Angeles e coloca o personagem de Samuel L. Jackson como protótipo do professor acuado, que no caso do filme tenta resolver sua situação a seu modo.


4 comentários:

Amanda Aouad disse...

Interessante, Hugo, não conheço nenhum dos dois, mas esse viés oposto não deixa de atrair a curiosidade.

bjs

ANTONIO NAHUD disse...

Verdade, Hugo, o professor como personagem já é quase clichê.
Abraços.


O Falcão Maltês

Hugo disse...

Amanda - O ponto principal é esta diferença no enfoque no papel do professor.

Antonio - É quase um sub-gênero.

Abraço

Anônimo disse...

Ola o sbt passou um filme semelhante asse ou um desse bom eu gostario de sber qu\al e por que tem uma musica que eu queria