terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ilha do Medo


Ilha do Medo (Shutter Island, EUA, 2010) – Nota 8
Direção – Martin Scorsese
Elenco – Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Ben Kingsley, Max Von Sydow, Michelle Williams, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Jackie Earle Haley, Ted Levine, John Carroll Lynch, Elias Koteas, Robin Bartlett, Christopher Denham.

Em 1954, dois agentes federais, Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) e Chuck Aule (Mark Ruffalo) são encarregados de investigar o desaparecimento de uma paciente na Shutter Island, local onde funciona um sanatório comandado por dois médicos (Ben Kingsley e Max Von Sydow). A dupla percebe logo a dificuldade em investigar o caso naquele local sinistro e além disso o agente Teddy sofre de enxaqueca e tem sonhos estranhos, tudo ligado ao seu passado, em especial ao suicídio de sua esposa (Michelle Williams). 

Este filme é baseado num livro de Dennis Lehane (“Sobre Meninos e Lobos”) e foge um pouco do estilo da filmografia de Scorsese. Aqui Scorsese utiliza referências a diversos filmes e gêneros para criar um estranho clima, acentuado pela forte trilha sonora. A história começa lembrando um longa de investigação estilo noir, passa pelo drama de guerra nas cenas em flashback com o personagem de DiCaprio como soldado entrando num campo de concentração, se transforma em suspense com pitadas de conspiração e termina como um drama pesado. 

A maioria das críticas citama vários filmes como referências nas diversas cenas, mas no meu caso a história lembrou o ótimo “Coração Satânico” de Alan Parker, que era mais voltado ao terror, porém as explicações sobre a procura dos personagens principais são semelhantes. 

Finalizando, mesmo sendo diferente e tendo um final que tenta ser surpresa, mesmo não enganando aos cinéfilos mais experientes, no geral é outro filme acima de média de Scorsese, com um produção muito bem cuidada e um elenco de qualidade.

10 comentários:

Thiago Paulo disse...

Muito bom, assisti no cinema e fiquei fidrado na tela. na minha opinião, o clima noir é o grande ponto positivo do filme.

Abraço.

chuck large disse...

Ainda não vi, preciso vê-lo com urgência, estou muito curioso. Mas sempre que chego na locadora, esqueço dele =P

Marcio Melo disse...

Scorcese? Difícil dar errado.n

Amanda Aouad disse...

Gostei muito de Ilha do Medo, Scorcese de volta a velha forma.

Rodrigo Mendes disse...

É um filmaço de primeira linha (claro com Martin Scorsese na direção) tem um trabalho singular com 'Cabo do Medo', já que Scorsese não é um especialista no gênero, mas é um especialista sa sétima arte.

DiCaprio arrebenta aqui e a trilha musical tem momentos "The Shining". Achei um charme.

Abraços
Rodrigo

pseudo-autor disse...

Mais um exemplar com a cara do Scorsese! Adorei... E pra quem leu o livro do Lehane a experiência é ainda maior.

Cultura na web:
http://culturaexmachina.blogspot.com

Robson Saldanha disse...

Mais uma vez Scorsese acerta. Ele é o cara, gostei muito do filme e sinto que tenho que ver mais umas duas vezes.

Hugo disse...

Thiago - É uma história que prende a atenção.

Alan - Faça uma lista, as vezes é a única forma para não esquecer.

Marcio - Scorsese não tem filme algum ruim.

Amanda - Quem tem talento como ele é sempre garantia de um bom filme.

Rodrigo - Cabo do Medo é mais violento e no geral é praticamente um empate no quesito qualidade.

Pseudo-Autor - Não li o livro, então não tenho como comparar.

Robson - É um filme cheio de detalhes que podem ser descobertos vistos numa segunda vez.

Abraço a todos

Pedro Henrique Gomes disse...

É mesmo um filme de detalhes - das partes para o todo, diria Descartes. A exemplo da trilha sonora, uma coleção grandiosa que combina jazz e música erudita contemporânea – algumas notas, combinadas com a tensão das sequências mais ágeis, compõem um pastiche muito bem-vindo. A tensão só aumenta. A música foi o fio condutor do filme, disse Scorsese, ainda acrescentando que mudou cenas inteiras por causa dela. Faz total sentido e, principalmente, funciona. A trilha cresce, a tensão do espectador vai junto. Quando o final se aproxima e não tem mais para onde correr, as coisas mudam sonoramente. É um exercício de suspense dos grandes. O ambiente de loucura que se instala é proveniente de um Samuel Fuller (Paixões que Alucinam), e isso deixa qualquer espectador em estado de alerta. São dados que trabalham a favor do filme, pois representam um olhar autêntico sobre a própria História do Cinema.

Vitor Silos disse...

Ótimo filme do Scorsesse, longe de ser o seu melhor, mas com certeza um filme muito bom.

Vitor Silos
www.volverumfilme.blogspot.com