domingo, 28 de fevereiro de 2010

Gene Wilder & Richard Pryor


Os comediantes Gene Wilder e Richard Pryor não formaram oficialmente uma dupla, mas dividiram o espaço na tela em quatro comédias. Enquanto Gene Wilder já era famoso por ter feito filmes com Mel Brooks, como "Primavera Para Hitler" e "O Jovem Frankenstein", Richard Pryor vinha  dos clubes noturnos de comédia e de alguns pequenos papéis no cinema e na tv quando eles se encontraram no melhor filme da dupla, "O Expresso de Chicago".

O Expresso de Chicago (Silver Streak, EUA, 1976) – Nota 7,5
Direção – Arthur Hiller
Elenco – Gene Wilder, Jill Clayburg, Richard Pryor, Ned Beatty, Richard Kiel, Patrick McGoohan, Clifton James, Ray Walston, Scatman Crothers, Valerie Curtin, Fred Willard.

Durante um viagem de trem para Chicago, George Caldwell (Gene Wilder) conhece a bela secretária Hilly (Jill Clayburgh) com quem acaba flertando, porém em seguida acaba testemunhando um assassinato e a garota sendo seqüestrada. Ninguém no trem acredita em sua história e ele acaba sendo perseguido, tendo a ajuda apenas do trapaceiro Grover (Richard Pryor). Engraçada comédia de ação, que bebe na fonte dos filmes policiais e de espionagem, inclusive utilizando como vilão o ator Richard Kiel, que fez o personagem “Dentes-de-Aço” em dois filmes da série 007.

Quatro anos depois do sucesso deste filme, eles se reencontram em uma comédia dirigida pelo grande ator Sidney Poitier. Mas provavelmente a falta de mão deste para o gênero resultou numa comédia apenas mediana.

Loucos de Dar Nó (Stir Crazy, EUA, 1980) – Nota 6,5
Direção – Sidney Poitier
Elenco – Gene Wilder, Richard Pryor, Jobeth Williams, Georg Stanford Brown, Craig T. Nelson, Barry Corbin, Miguel Angel Suarez, Jonathan Banks, Erland van Lidht, Franklyn Ajaye.

Dois desempregados, o pretendente a escritor Skip (Gene Wilder) e o ator (Harry) Richard Pryor resolvem sair de Nova Iorque e tentar a sorte pelos EUA. Depois de algum tempo eles estão trabalhando fantasiados de passarinho em um lanchonete no Arizona e por uma ironia do destino são confundidos com dois assaltantes de bancos e acabam presos. No presídio eles participarão de um inacreditável rodeio para tentar escapar

O tempo passou e a vida e as carreiras da dupla tiveram altos e baixos. Gene Wilder experimentou mais um pouco de sucesso com algumas comédias românticas na primeira metade dos anos oitenta, principalmente em "A Dama de Vermelho", porém na segunda metade teve de conviver com a doença de sua amada, a também comediante Gilda Radner que foi também sua parceira nas telas em "Hanky Panky" e "Lua de Mel Assombrada". Gilda faleceu em 1989. A vida de Richard Pryor foi ainda mais atribulada. Após conseguir se recuperar do vício nas drogas, ele fez apenas filmes medianos na época e viu sua carreira e vida descerem a ladeira quando descobriu ter o Mal de Parkinson. Talvez para aliviar suas dores, a dupla mesmo com os problemas pessoais resolveu voltar a filmar juntos e chamaram o diretor Arthur Hiller do sucesso "O Expresso de Chicago" para dirigir o novo longa, que resultou num filme com algumas cenas engraçadas.

Cegos, Surdos e Loucos (See No Evil, Hear No Evil, EUA, 1989) – Nota 6,5
Direção – Arthur Hiller
Elenco – Gene Wilder, Richard Pryor, Joan Severance, Kevin Spacey, Alan North, Anthony Zerbe, Louis Giambalvo, John Capodice.

O surdo Dave (Gene Wilder) é o dono de banca de jornais e tem como assistente o cego Wally (Richard Pryor). Num certo dia uma assassina profissional (a bela Joan Severance) mata um sujeito que tenta esconder uma moeda na banca da dupla. Conseguir a moeda era o objetiva da assassina, mas como ele foge a dupla não sabe se explicar para a polícia, eles acabam presos. Mesmo na cadeia, a assassina e seu ajudante (Kevin Spacey ainda desconhecido) tenta recuperar a moeda e se livrar da dupla, que acaba escapando.

O razoável resultado deste longa serviu ainda para reunir a dupla mais uma vez nas telas, desta vez num filme um pouco mais fraco e com Pryor cada vez mais mostrando os sinais da doença.

Um Sem Juízo, Outro Sem Razão (Another You, EUA, 1991) – Nota 6
Direção – Maurice Phillips
Elenco – Gene Wilder, Richard Pryor, Mercedes Ruehl, Stephen Lang, Vanessa Williams, Phil Rubenstein, Kevin Pollak.

O golpista Eddie (Richard Pryor) é obrigado a prestar serviço comunitário para pagar um pequeno delito. Durante este “trabalho” ele conhece George (Gene Wilder) um mentiroso compulsivo que acaba sendo confundido por muitas com um milionário. Eddie percebe a chance de lucrar quando a esposa do milionário (Mercedes Ruel) leva George para casa como se fosse seu marido, porém o que parece um engano é na verdade um armação para alguém herdar um fortuna.

Após este longa Richard Pryor praticamente se retirou de cena, ainda apareceu em dois ou três episódios de séries de tv, como "Chicago Hope" e faleceu em 2005. Gene Wilder ainda estrelou uma série que teve apenas uma temporada, antes também de praticamente encerrar a carreira em dois episódios de "Will and Grace". Mas apesar dos problemas, os dois atores pouco conhecidos pela geração atual, deixaram interessantes carreiras que merecem ser conhecidas, principalmente por aqueles que gostam de um boa comédia.

7 comentários:

Cristiano Contreiras disse...

Gene Wilde pra mim se resume à Fantástica Fábrica de Chocolates.

Mas, ele teve bons momentos no cinema, claro: Bonnie & Clyde, O pequeno príncipe - ele foi a raposa.

Abraço

Hugo disse...

Cristiano - Além destes filmes ele deixou uma boa carreira.

Abraço

marcos disse...

o ator e suas caretas falavam por si mesmo que caras engrasadas que ele fasia de olhos esbrugalhados nao consigo esquecer,era muito comeco

VALDO disse...

Para mim foram os que mais me fizerar rir,e os dois ultimos filmes então...
FANTASTICOS.

Hugo disse...

Valdo - Fizeram bons filmes juntos.

Abraço

Jefferson disse...

Lembro-me perfeitamente e sinto saudades de comédias que realmente eram comedias.
Esses caras foram genios e nao somente atores.
Eternamente...

Abraços...

Hugo disse...

Jefferson - Nos últimos anos o gênero comédia está em baixa. Não dá para comparar com filmes antigos, são poucas as novas comédias de qualidade.

Abraço