segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O Procurado

O Procurado (Wanted, EUA, 2008) – Nota 6,5
Direção – Timur Bekmambetov
Elenco – James McAvoy, Angelina Jolie, Morgan Freeman, Terence Stamp, Thomas Kretschmann, Common, Kristen Hager, Marc Warren, David Patrick O’Hara, Konstantin Khabensky, Dato Bakhtadze, Chris Pratt.

O jovem Wesley Gibson (James McAvoy) trabalha em um emprego burocrático e tedioso, tem uma chefe terrível e sua namorada tem um caso com seu melhor amigo, além disso ele sofre crises de pânico e vive a base de remédios. A situação muda quando Fox (Angelina Jolie) o salva de Cross (Thomas Kretschmann) e leva o jovem ao uma fraternidade de assassinos liderada por Sloan (Morgan Freeman). Completamente perdido, ele aceita fazer parte do grupo após Sloan dizer que seu pai fora assassinado por Cross, sendo esse o início de uma caçada onde nem todos são o que parece.

Este longa é mais um caso de quadrinhos adaptados para o cinema e como eu não conhecia a história, achei estranha a trama que tem uma fraternidade de assassinos criada por tecelões.

Outro detalhe que me incomodou foi a direção confusa do russo Bekmambetov, que mesmo segurando um pouco suas loucuras (quem asssitiu “Guardiões do Dia” sabe do que estou falando), ele exagera nas absurdas cenas de ação, principalmente nas perseguições de carro.

O roteiro não tem nada de novo, com uma reviravolta um tanto quanto previsível e que deixa um final preparado para uma continuação.

domingo, 29 de novembro de 2009

Spartan

Spartan (Spartan, EUA, 2004) – Nota 7
Direção – David Mamet
Elenco – Val Kilmer, Derek Luke, William H.Macy, Ed O’Neill, Tia Texada, Clark Gregg, David Paymer, Johnny Messner, Steven Culp, Aaron Stanford, Mark Pellegrino, Said Taghmaoui, Kristen Bell.

Scott (Val Kilmer) trabalha em uma agência secreta do governo que no momento precisa resgatar a filha de um importante político (vivida por Kristen Bell de “Heroes), que na história não é confirmado mas dá a entender ser o presidente. As investigações levam a crer que a garota foi seqüestrada por traficantes de mulheres. Com métodos violentos, Scott age a sua maneira para encontrar a garota, com a ajuda de seu ex-aluno Curt (Derek Luke), mas o que parece ser um seqüestro comum aos poucos se mostra algo ainda mais profundo, com implicações em gente poderosa do governo.

O diretor e roteirista David Mamet de diversos trabalhos no cinema, como a direção de “Homícidio” e o roteiro de “Os Intocáveis”, aqui cria uma história que mostra como os interesses dos poderosos e a política se acham acima de tudo e de todos e mesmo aqueles que apóiam cegamente este tipo de ação podem ser descartados quando não mais tiverem utilidade.

O filme tem bons nomes no elenco e Val Kilmer dá conta do recado como o sujeito que sempre foi frio e obediente, mas que em certo momento acaba percebendo que tem de mudar para sobreviver. O ponto mal aproveitado é a pequena participação do ótimo William H. Macy, que interpreta um personagem fundamental na história, mas tem poucas cenas.

sábado, 28 de novembro de 2009

Selo - "HiStO é HiStÓrIa"












O Selo "HiStO é HiStÓrIa" foi um presente do meu amigo Dan do blog "Pouco de Tudo" a quem agradeço a lembrança.

http://dan-poucodetudo.blogspot.com/

Conforme as regras, devo indicar 5 blogsque façam história e que sejam escritos com carinho e dedicação, sempre com muita informação e opinião, principalmente sobre cinema.

Sempre postar o link da origem do selo.

Blogs indicados:

http://osfilmescinema.blogspot.com/


http://acentonegativo.blogspot.com/


http://cinevita.com.br/


http://filmesdagema.blogspot.com/

http://clubcinefilo.blogspot.com/

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

007 Contra o Satânico Dr. No

007 Contra o Satânico Dr. No (Dr. No, Inglaterra, 1962) – Nota 8
Direção – Terence Young
Elenco – Sean Connery, Ursula Andress, Joseph Wiseman, Jack Lord, Bernard Lee, Anthony Dawson, Lois Maxwell.

Na estréia do agente secreto James Bond no cinema, ele é convocado a investigar o desaparecimento de outro agente secreto inglês que estava numa missão na Jamaica. Chegando na ilha ele passa a ser perseguido e sofre alguns atentados, mas acaba recebendo a ajuda do agente da CIA Felix Leiter (Jack Lord) e descobre que quem está por trás dos ataques é o cientista conhecido como Dr. No (Joseph Wiseman), que vive em uma ilha isolada no Caribe e tem como objetivo destruir o programa espacial americano.

Este filme já é um clássico, não apenas por ser o primeiro da série, mas pelo trama bem amarrada, as boas cenas de ação e a caracterização de Sean Connery, que para muitos é o melhor Bond. Outros detalhes interessantes são as situações que se tornaram quase obrigatórias nos filmes da série, como a frase “My name is Bond, James Bond”, o carro Aston Martin, as engenhocas aqui ainda modestas e as Bond Girls, iniciadas com a entrada triunfal da bela Ursula Andress, que sai do mar como uma deusa em sua primeira cena.

Outra curiosidade é a presença do personagem Felix Leiter, o agente da CIA que aparece em diversos longas da série aqui é vivido por Jack Lord e posteriormente por nomes bem diferentes como David Hedison, Joe Don Baker e Jeffrey Wright.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O Dia em que a Terra Parou (1951 e 2008)










O Dia em Que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, EUA, 1951) – Nota 8
Direção – Robert Wise
Elenco – Michael Rennie, Patricia Neal, Hugh Marlowe, Sam Jaffe.

Um nave espacial aterrissa em Washington com o alienígena Klaatu (Michael Rennie) e o robô Gort assustando a população e as autoridades, que chamam o exército para deter a possível invasão e atacam Klaatu, que ferido é levado a um hospital. Se recuperando, ele diz que veio trazer um ultimato aos líderes do planeta, que deveriam parar com as guerras e a corrida armamentista. Ignorado pelo governo americano e tratado como um invasor, ele recebe ajuda de uma funcionária do governo (Patricia Neal) que o ajuda a fugir e tenta mostrar ao alienígena que as pessoas não são ruins e merecem uma segunda chance.

Este clássico da ficção dirigido pelo grande Robert Wise (“Amor, Sublime Amor” e “O Enigma de Andrômeda”) foi um alerta ao perigo da destruição da Terra pelo homem, que naquela época vivia o início da Guerra Fria entre EUA e União Soviética, sendo até hoje um longa atual, que pode ser visto como uma parábola as guerras que continuam a estourar pelo mundo, além do descaso com a natureza e com ser humano.

O Dia em que a Terra Parou (The Day the Earth Stood Still, EUA, 2008) – Nota 6
Direção – Scott Derrickson
Elenco – Keanu Reeves, Jennifer Connelly, Jaden Smith, Kathy Bates, John Cleese, Jon Hamm, Kyle Chandler, Robert Knepper, James Hong.

Considero quase um absurdo refilmar um clássico, mas hoje em dia vivemos uma avalanche de refilmagens e continuações, o que é uma pena, pois o cinema precisa de idéias originais. Este filme é mais um exemplo que entra na lista de fracassos ou no mínimo refilmagens desnecessárias, como “Poseidon”, “Psicose” e tantos outros.

A história começa com uma nave pousando em pleno Central Park (no original era em Washington), com um alienígena tentando contato com uma cientista (Jennifer Connelly), porém acaba abatido a tiros. Enquanto isso, um robô gigante que veio junto com o alien causa um blecaute geral. O alienígena é levado para um hospital onde sobrevive, toma a forma humana (Keanu Reeves) e diz que precisa falar com nossos líderes, mas não é ouvido e acaba fugindo com a ajuda da cientista que descobrirá a verdadeira missão do visitante.

O frescor do original que fazia uma critica ao comportamento dos governos em relação as guerras e a corrida armamentista, mesmo com seus efeitos especiais jurássicos, é muito superior a esta nova versão que tenta se segurar com algumas cenas de ação sem graça e no roteiro que em algumas partes beira o dramalhão, além do personagem insuportável interpretado pelo garoto Jaden Smith (filho de Will Smith e Jada Pinkett), que ao invés de comover acaba irritando.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Corrida Mortal

Corrida Mortal (Death Race, EUA, 2008) – Nota 6
Direção – Paul W. S. Anderson
Elenco – Jason Statham, Joan Allen, Tyrese Gibson, Ian McShane, Natalie Martinez, Max Ryan, Jacob Vargas, Jason Clarke, Frederick Koehler, Justin Mader, Robert LaSardo, Robin Shou.

Em 2012 o sistema prisional americano foi privatizado, com isso sem interferência do governo, a empresa que comanda os presídios criou um esporte chamado “Death Race”, onde os detentos dirigem carros de corrida modificados numa disputa em que vale tudo e quanto mais mortes ocorrerem, maior a audiência do canal de tv.

A trama tem como protagonista o ex-piloto Jensen Ames (Jason Statham) que trabalhando como operário é despedido em virtude do fechamento da fábrica e ao chegar em casa tem a esposa assassinada por um estranho, que o incrimina e faz com que ele seja condenado a prisão. No local comandado a mão de ferro pela diretora Hennessy (Joan Allen totalmente canastrona), Jensen é “convidado” a participar desta corrida usando a máscara de outro detento que faleceu, com a promessa de ser libertado se vencer. Mas como em todo filme de prisão, ninguém é totalmente honesto e dificilmente as promessas são cumpridas.

Esta refilmagem do longa B produzido na década de setenta pelo mestre do baixo orçamento Roger Corman é competente nas cenas das corridas e nas brigas, mas tem um roteiro confuso, que já começa errado por colocar o futuro em 2012. Esta data era possível no longa original, mas mesmo nos dias malucos de hoje fica impossível acreditar que possa existir um reality show tão absurdo em pouco tempo.

Outro detalhe, considero Paul W. S. Anderson o melhor diretor ruim do cinema, ele consegue ao mesmo tempo criar cenas de ação muito bem feitas, com bons efeitos especiais e visuais interessantes, misturados com roteiros fracos, além de não se importar em nada com as interpretações do elenco que dirige. Exemplos como “Mortal Kombat”, “Resident Evil” e “O Soldado do Futuro” dizem tudo.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Asas do Desejo

Asas do Desejo (Der Himmel Uber Berlin, Alemanha, 1987) - Nota 10
Direção – Wim Wenders
Elenco – Bruno Ganz, Otto Sander, Solveig Dommartin, Peter Falk, Curt Bois.

A obra-prima de Wim Wenders conta a história de dois anjos (Bruno Gaz e Otto Sander) que perambulam pelas ruas e o telhados de Berlim no pós-guerra e ouvem os pensamentos, as alegrias, tristezas e desejos dos moradores da cidade que não podem vê-los, nem eles podem interagir com estas pessoas. Mas tudo muda quando um dos anjos (Ganz) se apaixona por uma trapezista (Solveig Dommartin) e resolve se transformar em humano para viver este amor, mesmo sabendo que terá de enfrentar a mortalidade.

Um filme delicado, um drama com imagens e diálogos tocantes, onde os anjos enxergam em preto e branco e os humanos em cores.

Teve uma boa continuação em 1993, "Tão Longe, Tão Perto", competente mas sem o mesmo encanto e foi refilmado nos EUA como "Cidade dos Anjos" com Nicolas Cage e Meg Ryan, mas também com resultado inferior.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A Lagoa Azul

A Lagoa Azul (The Blue Lagoon, EUA, 1980) – Nota 7
Direção – Randal Kleiser
Elenco – Brooke Shields, Christopher Atkins, Leo McKern, William Daniels.

Um dos clássicos absolutos da sessão da tarde, este drama adolescente com pitadas de aventura fez grande sucesso na época.

O filme conta a história de duas crianças e um velho marinheiro (Leo McKern) que sobrevivem a um naufrágio, ficando à deriva até chegar em uma ilha. Mesmo existindo um tribo no outro lado da ilha, as crianças e o velho ficam isolados, até que este morre e deixa o pequeno casal tendo de sobreviver sozinho. Após alguns anos quando chegam a adolescência (agora interpretados por Brooke Shields e Christopher Atkins), mesmo isolados, começam a enfrentar os problemas da idade que acabam por influenciar o seu relacionamento, que passa de uma amizade fraternal para o desejo sexual e como consequência na gravidez da garota.

Esta história de amor juvenil num paraíso tropical emocionou o público e transformou o casal principal em ídolos adolescentes na época, mas infelizmente os dois não conseguiram um grande carreira. Apesar da bela Brooke Shieds continuar famosa até hoje (por ter sido casada com o tenista Andre Agassi principalmente), sua carreira no cinema não decolou, ela estrelou fracassos como “Sahara” e “Brenda Starr”, depois teve um pouco de sucesso na tv com a série “Suddenly Susan” e agora geralmente faz participações especiais em seriados. Já Christopher Atkins trabalhou por duas temporadas no seriado estilo dramalhão “Dallas” e depois seguiu carreira em filmes B e produções para a tv.

domingo, 22 de novembro de 2009

Paixão à Flor da Pele

Paixão à Flor da Pele (Wicker Park, EUA, 2004) – Nota 7
Direção – Paul McGuigan
Elenco – Josh Hartnett, Rose Byrne, Matthew Lillard, Diane Kruger, Christopher Cousins, Jessica Paré, Vlasta Vrana.

O jovem Matthew (Josh Hartnett) vê uma mulher em um café (a bela Diane Kruger) e acredita ser o amor de sua vida que desapareceu há dois anos e decide segui-la para descobrir onde ela mora.

A partir daí misturando presente e passado somos apresentados ao início da história, quando Matthew trabalhava em uma loja de fotos e como ele se apaixonou pela garota, além de todos os acontecimentos e desentendimentos que fizeram eles se separarem, porém com fatos que serão revelados aos poucos.

Interessante história de amor com uma roupagem moderna, mas que lembra os antigos filmes românticos, onde pequenos desencontros mudam toda uma vida.

sábado, 21 de novembro de 2009

O Último Rei da Escócia

O Último Rei da Escócia (The Last King of Scotland, Inglaterra, 2006) – Nota 8
Direção – Kevin Macdonald
Elenco – Forest Whitaker, James McAvoy, Kerry Washington, Gillian Anderson, Simon McBurney, David Oyelowo, Stephen Rwangyezi, Abby Mukiibi.

Misturando personagens e fatos reais com ficção, este ótimo drama foca no relacionamento entre o ditador de Uganda Idi Amim Dada (Forest Whitaker) e o jovem médico escocês Nicholas Garrigan (James McAvoy).

O filme começa em 1970 quando Amim tomou o poder em Uganda através de um golpe ao mesmo tempo em que o médico chega ao país para trabalhar em um pequeno vilarejo. Num certo dia o ditador em visita ao vilarejo sofre um pequeno acidente e o médico Nicholas é chamado para o socorro. Um acontecimento diferente faz com que Amim resolva contratar Nicholas como seu médico particular, além da estranha ligação de Amim com a Escócia. A princípio Nicholas fica fascinado com o jeito popular e educado de Amim, porém ao passar do tempo ele percebe que a figura pública de Amim é bem diferente do diretor sanguinário e descontrolado que manda matar todos os seus oponentes e desconfia até da sombra.

O resultado é acima da média ao mostrar como a ditadura sangrenta de Amim matou centenas de ugandenses durante os nove anos em que ele ficou no poder e tem Forest Whitaker numa sensacional interpretação que lhe valeu o Oscar de Melhor Ator. Ele acerta em cheio ao mostar Amim como um sujeito instável, simpático em várias situações e completamente maluco em outras. No final do longa, um pequena cena com o verdadeiro ditador mostra um sujeito com um olhar estranho e ameaçador, que se deu o próprio título de “O Último Rei da Escócia”, mas que para a história deixou sua marca como um ditador brutal.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Casamento Polonês

Casamento Polonês (Polish Wedding, EUA, 1998) – Nota 5,5
Direção – Theresa Connelly
Elenco – Lena Olin, Gabriel Byrne, Claire Danes, Adam Trese, Rade Sherbedgia, Mili Avital, Daniel Lapaine.

Num bairro pobre de Detroit vive o casal de origem polonesa, a faxineira Jadwiga (Lena Olin) e o padeiro Bolek (Gabriel Byrne), junto com seus cinco filhos, sendo quatro homens e uma mulher, a inconsequente Hala (Claire Danes). Enquanto o casal parece distante, com o marido quieto e solitário e a mãe tendo um caso com outro homem (Rade Sherbedgia), a filha se envolve com o jovem policial Russell (Adam Trese) e estes fatos acabam abalando a família.

Histórias sobre famílias podem render grandes filmes com um bom roteiro, o que falta nesta obra. Aqui apesar dos bons desempenhos do trio central (pai, mãe e filha), o longa praticamente ignora os outros filhos do casal na trama e ao invés de despertar emoção, acaba passando uma sensação de frieza sem conseguir fazer o espectador se envolver com a história. O ponto alto é ver Claire Danes bem jovem e extremamente bela e simpática.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Solitário Jim

O Solitário Jim (Lonesome Jim, EUA, 2005) – Nota 6
Direção – Steve Buscemi
Elenco – Casey Affleck, Liv Tyler, Mary Kay Place, Seymour Cassell, Kevin Corrigan, Mark Boone Junior.

O melancólico Jim (Casey Affleck) após uma frustrada tentativa de morar em Nova Iorque, volta sem dinheiro para a casa dos pais (Mary Kay Place e Seymour Cassell) e encontra o irmão Tim (o estranho Kevin Corrigan) que está divorciado, cuidando das duas filhas e tendo como única ocupação ser técnico da equipe de basquete das meninas, que não fez uma cesta sequer no campeonato. Os pais são donos de uma pequena fábrica onde Jim é obrigado a trabalhar e lá reencontra seu maluco tio Stacey (Mark Boone Junior), que vende drogas para os colegas de trabalho. O destino ainda fará Jim se envolver com a enfermeira Anika (Liv Tyler) e seu filho Ben (Jack Rovello), que começa a ver o patético Jim como uma figura paterna.

O filme tem a cara de seu diretor, o ator Steve Buscemi, sujeito acostumado a interpretar personagens cínicos, melancólicos e esquisitos, aqui ele desfila uma gama de personagens ao mesmo patéticos e reais, mostrando como a vida nas pequenas cidades americanas pode ser triste, vazia e sem perspectivas para aqueles que desejam algo mais e pior ainda para aqueles que tentam a sorte em cidades grandes e quebram a cara, sendo obrigados a voltar e encarar a família.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Laços de Ternura

Laços de Ternura (Terms of Endearment, EUA, 1983) – Nota 8
Direção – James L. Brooks
Elenco – Shirley MacLaine, Debra Winger, Jack Nicholson, Jeff Daniels, Danny DeVito, John Lithgow.

A bela Emma (Debra Winger) vive com o marido Flip (Jeff Daniels) e seus dois filhos, porém tem uma relação difícil com a mãe, Aurora (Shirley MacLaine). As coisas mudam quando Emma descobre estar doente e ao mesmo tempo que seu marido a traiu. Isto fará com que ela se aproxime mais da mãe e esta abra seu coração para o galanteador Garrett (Jack Nicholson).

Esta ciranda de emoções arrancou lágrimas do público na época e fez grande sucesso com uma história que tem como temas principais família e amor.

O longa venceu cinco Prêmios Oscar, Atriz para Shirley MacLaine, Ator Coadjuvante para Nicholson e Filme, Roteiro e Direção para James L. Brooks, que hoje é mais conhecido por seu um dos produtores de “Os Simpsons”.

Além de MacLaine e Nicholson, vale destacar também a bela e hoje sumida Debra Winger, umas das grandes atrizes dos anos oitenta em seu papel mais famoso.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Anjos do Arrabalde

Anjos do Arrabalde (Brasil, 1987) – Nota 6,5
Direção – Carlos Reichenbach
Elenco – Betty Faria, Clarisse Abujamra, Irene Stefânia, Vanessa Alves, Ênio Gonçalves, Emilio Di Biasi, Ricardo Blat, Carlos Koppa, José de Abreu, Nicole Puzzi.

Em uma escola de um bairro de classe baixa em São Paulo, três professoras precisam enfrentar além das dificuldades do trabalho, também os problemas em família. A mais velha é a solteira Dália (Betty Faria), que cuida do problemática irmão Afonso (Ricardo Blat) e sendo bissexual precisa enfrentar o preconceito, além de ter um caso com Carmona (Emilio Di Biasi), que também gosta de mulheres e homens. Outra solteira é Rosa (Clarisse Abujamra), totalmente desgostosa com o trabalho e tendo um caso com um homem casado (José de Abreu), vive infeliz e amargurada. Por último temos Carmo (Irene Stefania), que por ordem do marido machista, o advogado de porta de cadeia Henrique (Ênio Gonçalves), precisou abandonar o emprego para cuidar da filha. No meio de todos estes personagens, temos ainda Aninha (Vanessa Alves), que desprezada pelo pai e maltratada pelo homem com quem vive, acabará reagindo a todo este sofrimento.

O diretor Carlos Reichenbach é especialista em mostrar os dramas da classe trabalhadora e tem filmes posteriores com o mesmo tema, porém melhores que este, como “Garotas do ABC” e “Falsa Loura”, mas mesmo assim este longa é competente ao abordar temas polêmicos como homossexualismo e violência, além da crítica aos costumes da época, principalmente o machismo dos personagens masculinos e o abandono das escolas públicas.

domingo, 15 de novembro de 2009

Viagem Maldita

Viagem Maldita (The Hills Have Eyes, EUA, 2006) – Nota 7
Direção – Alexandre Aja
Elenco – Aaron Stanford, Dan Byrd, Emilie de Ravin, Ted Levine, Kathleen Quinlan, Vinessa Shaw, Tom Bower, Billy Drago, Robert Joy, Desmond Askew.

Uma família viaja com seu trailer para a Califórnia e numa estrada deserta o veículo tem um problema e eles são obrigados a parar. O pai e o genro resolvem buscar ajuda na estrada, enquanto um volta em direção a um decadente posto de gasolina, o outro segue em frente para tentar encontrar algum local habitado mais próximo. O isolamento no deserto parece ser o grande problema, porém as coisas ficam muito pior quando eles começam a ser atacados por uma família de canibais deformados que vive nas colinas à beira da estrada.

Esta refilmagem de “Quadrilha de Sádicos”, clássico do terror de baixo orçamento dirigido por Wes Craven em 1977, reinventa a história e não faz vergonha ao original. Craven tinha pouco dinheiro e atores desconhecidos, mas usou toda a sua criatividade para criar um clima de terror e medo, bebendo na fonte de outro clássico, “O Massacre da Serra Elétrica” de Tobe Hooper.

Aqui Alexandre Aja tem a seu favor um bom elenco, com caras conhecidas como Aaron Stanford de “X-Men – O Confronto Final”, a bela Emilie de Ravin de “Lost”, além da experiência de Kathleen Quinlan e Ted Levine como um casal. Outro ponto positivo é estender um pouco a história, como as cenas no cemitério de carros e mostrar claramente que aquela família era fruto da radiação solta no local, que era usado para testes nucleares pelo governo, o que no original era apenas sugerido, além de manter o nível de terror e suspense e mostrar muito sangue, é claro.

Assim como o filme de Craven, este originou uma sequência, “O Retorno dos Malditos”.

sábado, 14 de novembro de 2009

Código das Ruas

Código das Ruas (Sucker Free City, EUA, 2004) – Nota 6,5
Direção – Spike Lee
Elenco – Ben Crowley, Ken Leung, Anthony Mackie, Darris Love, Laura Allen, T. V. Carpio, Kathy Baker, John Savage, James Hong, Jim Brown.

Este drama que mistura crítica social, racial e capitalismo, foi dirigido por Spike Lee para o canal de TV Showtime e tem como local a cidade de São Francisco.

O filme cruza a vida de três jovens, o filho de uma família de classe média Nick Wade (Ben Crowley), que por problemas financeiros e especulação imobiliária no bairro em que vive com os pais (Kathy Baker e John Savage), mais a irmã (Laura Allen), são obrigados a se mudar para um bairro pobre de maioria negra, onde serão vizinhos de uma gangue, os V-Dubs, que tem em K-Luv (Anthony Mackie) a voz da consciência, que tenta apaziguar a violência dos outros membros, mas ao mesmo tempo sabe que dificilmente conseguirá mudar sua vida. O terceiro elo da história é Lincoln (Ken Leung de “Lost”), que trabalha como cobrador da máfia chinesa e é apaixonado pela filha do chefão, que namora um estudante de medicina para agradar ao pai. O destino dos três jovens se cruza quando resolvem disputar o mercado de pirataria de DVDs e cada um a seu modo tenta conseguir seus objetivos.

Não é dos melhores filmes de Lee, mais suas marcas registradas estão aqui, a questão racial e os conflitos envolvendo este fator e o dinheiro, além de ambientar o filme num local que é quase um limbo, onde a lei dificilmente aparece.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Eu, Robô

Eu, Robô (I, Robot, EUA, 2004) – Nota 8
Direção – Alex Proyas
Elenco – Will Smith, Bridget Moynahan, Alan Tudyk, Bruce Greenwood, James Cromwell, Chi McBride.

No futuro onde um grande corporação comercializa robôs domésticos e eles são programados para obedecer os humanos, um policial (Will Smith) que não gosta dos robôs é encarregado de investigar o provável suicídio do inventor desta tecnologia (James Cromwell), um pouco antes do lançamento de uma nova versão de robôs. Durante a investigação o policial suspeita que um dos robôs possa ter assassinado o inventor e recebe a ajuda de uma dra. (Bridget Moynahan) para descobrir a verdade.

Drama de ação futurista, com bons efeitos especiais e uma história interessante livremente baseada em livro de Isaac Asimov, sendo quase uma parábola sobre revolução e tendo os robôs como os rebeldes no lugar dos humanos.

Como curiosidade, o diretor Alex Proyas é o mesmo do trágico (em virtude da morte do ator Brandon Lee) e também ótimo longa de ficção “O Corvo”.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Hulk

Hulk (Hulk, EUA, 2003) – Nota 6,5
Direção – Ang Lee
Elenco – Eric Bana, Jennifer Connelly, Nick Nolte, Sam Elliott, Josh Lucas, Cara Buono, Paul Kersey, Celia Weston.

O cientista Bruce Banner (Eric Bana) trabalha num projeto de reconstituição de tecidos humanos com sua ex-namorada Betty Ross (Jennifer Connelly), que é filha de um oficial do exército (Sam Elliott) ligado ao passado de Bruce, que ainda garoto, após a morte dos país foi adotado e procurou levar uma vida normal. As coisas se complicam quando após um acidente com radiação no laboratório, Bruce que deveria ter morrido, sobrevive e descobre que existe algo de diferente dentro dele, principalmente após o aparecimento de um estranho sujeito (Nick Nolte), que parece saber tudo sobre o seu passado.

Analisando friamente como cinema apenas, o resultado é um longa razoável, onde o ótimo diretor Ang Lee tenta misturar drama com ação e consegue ir bem até certo ponto, na questão do acerto de contas com o passado dos personagens, mas escorrega na fraca atuação de Eric Bana e no monstro criado em computador, que deixa as cenas de ação com cara de videogame. Os fãs odiaram a adaptação, o que contribuiu para a nova versão produzida com outro diretor e elenco, tendo Edward Norton no papel título.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Kramer vs. Kramer

Kramer vs. Kramer (Kramer vs. Kramer, EUA, 1979) – Nota 8,5
Direção – Robert Benton
Elenco – Dustin Hoffman, Justin Henry, Meryl Streep, Jane Alexander, Howard Duff, George Coe, Jobeth Williams.

Ted Kramer (Dustin Hoffman) sempre coloca o trabalho a frente de sua família, até que sua esposa Joanna (Meryl Streep) o abandona e deixa o filho do casal, o pequeno Billy (Justin Henry) aos cuidados do pai. Obrigado a trabalhar, cuidar do filho e das tarefas domésticas, Ted a princípio parece enlouquecer, mas aos poucos cria um laço a qual antes não existia com seu filho. Quando as coisas parecem ser acertar, Joanna reaparece e exige a guarda do filho, o que os levará a uma dolorosa batalha nos tribunais.

Este drama que arrancou lágrimas do público venceu cinco prêmios Oscar, de Filme, Roteiro, Direção, Ator (Hoffman) e Atriz Coadjuvante (Meryl Streep) e deu início a uma onda de filmes que tentavam pegar o espectador pela emoção, longas como “O Campeão”, “Amor Sem Fim” e “A Lagoa Azul” utilizaram histórias diferentes com o mesmo objetivo.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Laços de Sangue

Laços de Sangue (At Mother’s Request, EUA, 1987) – Nota 6
Direção – Michael Tuchner
Elenco – Stefanie Powers, Doug McKeon, Frances Sternhagen, Corey Parker, E. H. Marshall, Jenna von Oy, John Wood, Ray Baker, Martin Donovan, Dan Lauria, Chris Noth, Terry O’Quinn.

A frustrada e manipuladora Frances Schreuder (Stefanie Powes) vive com seus três filhos na casa dos país (E. G. Marshall e Frances Sternhagen). Sendo um família rica, Frances vive as custas do dinheiro da família, em virtude de estar separada após dois casamentos, mas mesmo assim odeia principalmente o pai e este será o alvo de sua fúria quando ela irá manipular um dos filhos para assassinar o avô.

Baseado numa história real acontecida numa família Mórmon em Sal Lake City nos anos setenta, esta minissérie foi um veículo para a famosa estrela de tv na época Stephanie Powers interpretar uma mulher complicada e quase psicopata, para tentar se afastar de seu conhecido papel de mulher requintada na série “Casal 20”, que ela estrelou ao lado de Robert Wagner.

A história é cruel, principalmente na descrição do relacionamento da mãe com os filhos, sendo o mais velho (Corey Parker) o rebelde, o do meio (Doug McKeon) o submisso e a caçula (Jenna von Oy) muitas vezes o alvo da fúria da mãe.

Esta minissérie passou na tv aberta por aqui no final dos anos oitenta e fez algum sucesso, por sinal na época estas minisséries eram apresentadas como grandes espetáculos e passavam em horário nobre.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Wall-E

Wall-E (Wall-E, EUA, 2008) – Nota 8
Direção – Andrew Stanton
Elenco e Vozes – Ben Burtt, Elissa Knight, Jeff Garlin, Fred Willard, John Ratzenberger, Kathy Najimy, Sigourney Weaver.

Uma da minhas falhas com cinéfilo é assistir poucas animações em longa metragem, talvez por ter crescido nos anos oitenta e ter se acostumado com desenhos curtos e clássicos. Estou tentando melhorar e comecei assistindo esta simples e deliciosa animação.

A história se passa no futuro quando a Terra está desabitada e tomada por montanhas de entulho e lixo. Neste local o pequeno robô Wall-E passa seus dias organizando o lixo e recolhendo pequenos objetos que ele considera úteis para sua vida. Num certo dia as coisas mudam quando uma gigantesca nave pousa na Terra e um robô fêmea mais moderno que ele desce no local para fazer uma espécie de pesquisa e deixa o robozinho catador de lixo completamente apaixonado. Este começa a segui-la e acaba pegando carona na nave que volta para o espaço e aterrissa numa colônia de seres humanos que vivem como se fossem robôs.

O grande acerto do filme é conseguir fazer com o pequeno robô demonstre sentimentos através de seus gestos e seja muito mais humano que as pessoas que vivem na colônia espacial, retratadas todas como obesas e preguiçosas.

As cenas de ação são competentes e prendem atenção, com destaque para pequenos personagens, como uma minúscula barata que vive na Terra desvatada pelo homem e o robô limpador, que acaba tendo papel importante na parte final do longa.

Quantos as vozes, apesar da pequena participação de Sigourney Weaver fazendo o computador, o destaque é o comediante Jeff Garlin (o empresário de Larry David na série “Curb Your Entusiasm”) que faz a voz do capitão da nave na colônia espacial.

sábado, 7 de novembro de 2009

O Pagador de Promessas

O Pagador de Promessas (Brasil, 1962) – Nota 8,5
Direção – Anselmo Duarte
Elenco – Leonardo Villar, Glória Menezes, Dionísio Azevedo, Geraldo Del Rey, Norma Bengell, Othon Bastos, Anonio Pitanga.

Hoje o cinema perdeu o diretor e ator Anselmo Duarte, responsável pelo único filme brasileiro vencedor da Palma de Ouro em Cannes até hoje, que conta a história de Zé do Burro (Leonardo Villar), humilde dono de um pequeno sítio na Bahia, que tem como seu grande companheiro um burro, mesmo ele sendo casado com Rosa (Glória Menezes). Quando o animal fica doente, Zé faz uma promessa num terreiro de Candomblé que se o burro ficar curado, ele levaria uma cruz até a Igreja em Salvador e a entregaria ao padre. Com o animal curado, Zé vai cumprir sua promessa, porém ao chegar na Igreja, o padre (Dionisio Azevedo) se nega a receber a cruz em virtude da promessa ter sido feita num terreiro e este considerar uma afronta a religião católica.

A obstinação do humilde homem contra o preconceito do padre gera uma grande polêmica, com várias pessoas tentando se aproveitar da situação. Os adeptos do Candomblé querem usar Zé contra a Igreja Católica, os jornalistas utilizam o sensacionalismo para lucrar e ao mesmo tempo a ingênua esposa de Zé, que o segue na jornada, acaba sendo seduzida por um malandro (Geraldo Del Rey).

Este clássico do cinema brasileiro toca em questões que são atuais até hoje, como a intolerância religiosa e o oportunismo da parte da imprensa em se aproveitar de um fato sem se importar com as consequências para os envolvidos.

O diretor Anselmo Duarte foi recebido no Brasil como herói na época, mas mesmo tendo dirigido outras longas em sua carreira, também de ator, nunca mais chegou perto do sucesso desta obra.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Casseta & Planeta: Seus Problemas Acabaram!!!

Casseta & Planeta: Seus Problemas Acabaram!!! (Brasil, 2006) – Nota 3
Direção – José Lavigne
Elenco – Murilo Benício, Bussunda, Hélio da la Peña, Hubert, Marcelo Madureira, Cláudio Manoel, Reinaldo, Beto Silva, Maria Paula, Juliana Paes, Marcos Pasquim, Luana Piovani.

Decepção, esta é a palavra para esta segunda incursão da turma do Casseta & Planeta no cinema. Mesmo não sendo grande fã, eu esperava mais do filme, que mostra as Organizações Tabajara sendo processadas por um sujeito que utilizou um remédio chamado Borogodol que atrairia as mulheres, porém com uma efeito colateral indesejado.

Com pouquíssimas passagens engraçadas, o filme é uma colagem de esquetes que tenta utilizar as piadas e os personagens usuais do grupo mas não funciona, inclusive o personagem do advogado atrapalhado de Murilo Benício que é totalmente sem graça e irritante.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Estado de Sítio

Estado de Sítio (Etat de Siege, França / Itália / Alemanha, 1973) – Nota 8
Direção – Costa-Gavras
Elenco – Yves Montand, Renato Salvatori, O. E. Hasse, Jacques Weber.

No início dos anos setenta em Montevidéu no Uruguai, o grupo terrorista Tupamaro sequestra o embaixador do Brasil, um Ministro de Estado que acaba sendo libertado em seguida e o americano Philip Michael Santoro (Yves Montand). Este último a princípio trabalhando com consultor de uma empresa americana no país, mas na verdade sendo um agente do serviço secreto especializado em treinar policiais de países da America Latina para prender e torturar pessoas que ameace a política do país.

Com certeza é um dos melhores filmes, ou talvez o melhor, que mostra a interferência americana na região e como eles financiaram as ditaduras que reinaram por aqui dos anos sessenta até os oitenta e além deste apoio deram treinamento a centenas de policiais, inclusive criando um espécie de escola para torturadores. Todos estes detalhes assustadores são esmiuçados nas cenas em que um dos sequestradores interroga Santoro e este tenta se defender sem sucesso.

O roteiro é baseado em fato real ocorrido no Uruguai e por diversas vezes cita o Brasil, inclusive como local onde o personagem americano viveu por alguns anos, ficando claro que Costa-Gavras e o roteirista Franco Solinas queriam fazer uma denúncia e por este motivo o filme ficou proibido no Brasil durante anos.

Outro detalhe é que o posterior e também inferior “O Que É Isso Companheiro?” de Bruno Barreto contou uma história semelhante acontecida aqui no Brasil, mas sem a força e o talento de Costa-Gavras.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Trovão Tropical

Trovão Tropical (Tropic Thunder, EUA, 2008) – Nota 8
Direção – Ben Stiller
Elenco – Ben Stiller, Jack Black, Robert Downey Jr, Nick Nolte, Jay Baruchel, Brandon T. Jackson, Matthew McConaughey, Tom Cruise, Steve Coogan, Bill Hader, Danny McBride.

O ator Ben Stiller costuma sempre interpretar o cara atrapalhado, apaixonado por uma gata e que passa por situações humilhantes. Este tipo de personagem, misturado com sua carreira de diretor que tem longas como o irritante “O Pentelho” com Jim Carrey e o totalmente idiota “Zoolander” não faz dele um sujeito que chame atenção para ver seus filmes, mas aqui em “Trovão Tropical” tenho que admitir que ele acertou em cheio, nesta comédia que tira sarro de Hollywood do primeiro ao último momento.

O filme já começa com três trailers e uma propaganda hilária protagonizada pelos atores que irão estrelar “Trovão Tropical”, longa que conta a história do soldado Four Leaf (Nick Nolte) que perdeu suas duas mãos no Vietnã e transformou sua vida num livro de sucesso. O longa é estrelado pelo astro de filmes de ação Tugg Speedman (Stiller), o comediante Jeff Portnoy (Jack Black), o premiado Kirk Lazarus (Robert Downey Jr), o rapper Alpa Chino (Brandon T. Jackson) e o novato Kevin Sandusky (Jay Baruchel), tendo no comando o diretor inglês estreante Damien Cockburn (Steve Coogan). Logo no início das filmagens as coisas dão errado e e o produtor (Tom Cruise) querendo evitar o fracasso pressiona assustadoramente o diretor. Temendo pelo pior, o diretor resolve acatar a idéia do Four Leaf original de levar o elenco para dentro de selva e fillmar a história com a câmera na mão, porém uma série de enganos faz com os atores tenham de enfrentar um quadrilha de traficantes.

As piadas começam na construção dos personagens, principalmente Downey Jr que interpreta um australiano que fez cirurgias para se tranformar em negro e incorpora o personagem por todo o filme, as cenas engraçadas que copiam diversos filmes de Hollywood, além das brigas de estrelismo entre os astros e na minha opinião a piada mais engraçada é a hilária participação de Tom Cruise como o produtor egocêntrico, mal educado, gordo e careca que tem um cena final sensacional.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Dupla Diferente - Policial & Cachorro










No mundo tudo o que faz sucesso, por menor que seja, acaba sendo copiado e no cinema então é prática extremamente comum. Filmes parecidos lançados as vezes no mesmo ano, cópias de sucessos produzidas a toque de caixa e refilmagens fazem parte do cardápio. Nesta postagem cito dois longas muito parecidos feitos no mesmo ano e que fizeram algum sucesso principalmente no mercado de vídeo que estava no auge ao final dos anos oitenta. O terceiro filme que comento é uma cópia feita para TV que tentou dar uma cara nova ao tema sem sucesso.

Uma Dupla Quase Perfeita (Turner & Hooch, EUA, 1989) – Nota 6
Direção – Roger Spottiswoode
Elenco – Tom Hanks, Mare Winningham, Reginald Veljohnson, Craig T. Nelson, Scott Paulin.

O policial Scott Turner (Tom Hanks) é obcedado por ordem e limpeza, até que precisa proteger um buldogue babão, pois o animal é a única testemunha do assassinato de seu dono. E como sempre, o cachorro vai virar sua vida de pernas por ar, inclusive seu romance como a Dra. Emily (Mare Winningham). O filme segue a mesma linha de K-9 e o resultado é praticamente o mesmo: Trapalhadas do cão, depois o carinho do policial e por final a participação do animal na resolução da trama. A única curiosidade deste longa é conferir uma das várias comédias que Tom Hanks fez nos anos oitenta, antes de se transformar num ator respeitado pela crítica, principalmente após “Filadélfia”. Antes disso, o grande papel de Hanks foi em “Quero Ser Grande”, onde ele recebeu sua primeira indicação para o Oscar.

K–9 – Um Policial Bom Prá Cachorro (K–9, EUA, 1989) – Nota 6
Direção - Rod Daniel
Elenco – James Belushi, Mel Harris, Kevin Tighe, Ed O'Neill, James Handy, Daniel Davis, Cotter Smith, Pruitt Taylor Vince.

O detetive Michael Dooley (James Belushi) é um policial que segue apenas suas regras e por isso ninguém quer ser seu parceiro. Vivendo em guerra com um traficante (Kevin Tighe), ele acaba ganhando como parceiro nesta batalha um pastor alemão especialista em localizar drogas, porém o problema é que o cão trabalha apenas quando quer, além de destruir sua casa e atrapalhar o relacionamento com sua namorada (Mel Harris). A atração do filme é o pastor alemão bagunceiro e preguiçoso Jerry Lee, que atua como se fosse humano. No mais é apenas outra comédia policial mediana, um tipo de filme que James Belushi estrelou várias vezes e por isso acabou voltando para TV e aí sim tendo sucesso com a série “According to Jim”.

K–9000 – Um Policial Mil Vezes Melhor (K–9000, EUA, 1991) – Nota 5
Direção – Kim Manners
Elenco – Chris Mulkey, Catherine Oxenberg, Dennis Haysbert, Dana Gladstone.

Um policial (Chris Mulkey) tem como parceiro um cachorro, mas não um animal comum, este tem implantado no cérebro um chip desenvolvido por uma cientista (Catherine Oxenberg) conectado a um computador que recebe informações, como a localização do animal, distância do alvo que está sendo perseguido, entre outros detalhes que ajudam nas investigações. Esta cópia pálida do razoável K-9 que James Belushi estrelou dois anos antes, tenta ser diferente usando a tecnologia, mas fora isso é apenas um filme policial comum feito para TV. A única curiosidade é a direção de Kim Manners (que faleceu agora em 2009) e que foi o responsável por diversos episódios de “Arquivo X” e produtor de “Supernatural”.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

EDtv

EDtv (EDtv, EUA, 1999) – Nota 7
Direção – Ron Howard
Elenco – Matthew McConaughey, Jenna Elfman, Woody Harrelson, Sally Kirkland, Martin Landau, Ellen DeGeneres, Rob Reiner, Dennis Hopper, Elizabeth Hurley, Adam Goldberg, Viveka Davis, Clint Howard, Ian Gomez.

Uma produtora de TV (Ellen DeGeneres) preocupada com a queda de audiência de seu canal, resolve criar um novo programa onde o escolhido teria sua vida filmada 24 horas por dia. Por acaso ela acaba escolhendo Ed Pekurny (Matthew McConaughey), um sujeito na casa dos 30 anos que vive ainda como um adolescente, trabalhando em uma videolocadora e morando com os pais. O que começa como um divertimento para Ed, aos poucos se transforma em loucura, quando os podres de sua família começam vir a tona e ele na frente das câmeras começa a se interessar por Shari (Jenna Elfman), namorada de seu irmão (Woody Harrelson) que corresponde.

Seguindo a linha do sucesso de “O Show de Truman” feito no ano anterior, porém sendo bem mais leve, o diretor Ron Howard também aproveita para criticar os reality shows que estavam começando a explodir na época, utilizando está simpática mistura de drama e comédia, que tem um ótimo elenco, para mostrar como os defeitos e problemas das pessoas são explorados ao extremo por estes programas apenas para ganhar audiência, sem se preocupar com as consequências na vida dos envolvidos.

domingo, 1 de novembro de 2009

Fotos Proibidas

Fotos Proibidas (Dirty Pictures, EUA, 2000) – Nota 6,5
Direção – Frank Pierson
Elenco – James Woods, Craig T. Nelson, Diana Scarwid, Leon Pownall.

Dennis Barrie (James Woods) é o diretor de um museu em Cincinnatti que planeja uma polêmica exposição com obras do artista marginal Robert Mapplethorpe. Quando pessoas conservadores e influentes descobrem o conteúdo da exposição, resolver pressionar o xerife da cidade (Craig T. Nelson) para intervir e tentar cancelar a exposição. O xerife aceita e resolve colocar Dennis contra a parede, porém este não aceita e acaba processado pela cidade e pressionado de todas as formas, com dinheiro, ameaça de perder o emprego e cartas anônimas, mas mesmo assim ele segue em frente, nem que para isso tenha de entrar em conflito até com a esposa (Diana Scarwid) que não aguenta a situação.

Interessante drama baseado em história real, que marcou mais um ponto na luta pela liberdade de expressão nos EUA e tem no sempre competente James Woods uma grande ajuda ao interpretar um sujeito inteligente, culto e obstinado.

O filme foi feito para TV, por isso não alça maiores vôos, mas vale para conhecer esta história de luta contra o conservadorismo.