sábado, 7 de novembro de 2009

O Pagador de Promessas

O Pagador de Promessas (Brasil, 1962) – Nota 8,5
Direção – Anselmo Duarte
Elenco – Leonardo Villar, Glória Menezes, Dionísio Azevedo, Geraldo Del Rey, Norma Bengell, Othon Bastos, Anonio Pitanga.

Hoje o cinema perdeu o diretor e ator Anselmo Duarte, responsável pelo único filme brasileiro vencedor da Palma de Ouro em Cannes até hoje, que conta a história de Zé do Burro (Leonardo Villar), humilde dono de um pequeno sítio na Bahia, que tem como seu grande companheiro um burro, mesmo ele sendo casado com Rosa (Glória Menezes). Quando o animal fica doente, Zé faz uma promessa num terreiro de Candomblé que se o burro ficar curado, ele levaria uma cruz até a Igreja em Salvador e a entregaria ao padre. Com o animal curado, Zé vai cumprir sua promessa, porém ao chegar na Igreja, o padre (Dionisio Azevedo) se nega a receber a cruz em virtude da promessa ter sido feita num terreiro e este considerar uma afronta a religião católica.

A obstinação do humilde homem contra o preconceito do padre gera uma grande polêmica, com várias pessoas tentando se aproveitar da situação. Os adeptos do Candomblé querem usar Zé contra a Igreja Católica, os jornalistas utilizam o sensacionalismo para lucrar e ao mesmo tempo a ingênua esposa de Zé, que o segue na jornada, acaba sendo seduzida por um malandro (Geraldo Del Rey).

Este clássico do cinema brasileiro toca em questões que são atuais até hoje, como a intolerância religiosa e o oportunismo da parte da imprensa em se aproveitar de um fato sem se importar com as consequências para os envolvidos.

O diretor Anselmo Duarte foi recebido no Brasil como herói na época, mas mesmo tendo dirigido outras longas em sua carreira, também de ator, nunca mais chegou perto do sucesso desta obra.

6 comentários:

Thiago disse...

O estilo não é muito do meu agrado, filmes brasileiros são sempre o mais do mesmo, precisamos inovar no cinema.

Abraaço.
Thiago Mb
@thiagoomb @nomundoagora

Ciro Hamen disse...

Justa homenagem a Anselmo Duarte!

Abraços!

Airton disse...

meu pai fala deste filme mas nunca vi heheh

http://publicandobr.blogspot.com/2009/11/imagens-da-guerra.html

Hugo disse...

Thiago - Este filme na época foi muito importante, não seguia uma fórmula estabelecida.
É um clássico que merece ser conhecido pelos cinéfilos.

Ciro - O cara foi o único a dar ao Brasil a "Palma de Ouro", com certeza seu legado não pode ser esquecido.

Airton - Como escrevi acima, é um filme que merece ser visto por todo cinéfilo.

Abraço a todos

Amanda Aouad disse...

Concordo, todo cinéfilo devia conhecer esse filme, afinal é nossa única Palma de Ouro, como o mesmo Anselmo Duarte falou certa vez, o prêmio mais mundial do cinema, já que o Oscar é centrado no americano. Agora, ele não foi recebido tão como herói assim, a classe cinematográfica tentou boicotá-lo e minimizar o filme, falando que era marmelada e que ele jamais deveria ter ganho de um Buñuel ou Antonioni...

Hugo disse...

Amanda - Eu que sei é que o povo adorou o filme e este foi o sucesso, mas como você cita, a crítica e o pessoal do Cinema Novo desdenhou do longa.